Você vai aos jornais – impressos (de preferência) ou virtuais – e raramente encontra algumas matérias falando em terra à vista. É tudo tempestade formando um mar de lama que se assemelha a um tsunami em terra firme.
É um tal de cessar fogo com bombardeamento constante da população dominada e indefesa; figuras públicas obscenas fazendo gestos que aparentam burrice, mas que, na verdade são a base de suas lutas; crianças, mulheres, idosos, homens desarmados se abrigando debaixo do entulho em que se transformaram suas casas.
Francamente, não me agrada o que acabei de escrever. O fato de não haver nenhuma terra à vista deveria estimular outro tipo de reação. Alguns oram, outros rezam (há diferença entre orar e rezar, segundo cada religião), mas até entre os que oram e os que rezam existem bloqueios intransponíveis em cada esquina. E vida que segue, tentava João Saldanha encontrar um refúgio na frase.
Segue mal. Na mão de quem deseja colonizar um planeta aqui ou além da Via Láctea, com água (potável ou não) e, no caso de não existirem ETs na redondeza, então vale tudo, quem sabe o astro já batizado de Buraco Negro.
No varejo, paira a sombra no lugar onde deveria estar a tranquilidade do Éden, coisa perdida há alguns bilhões de anos.
Momento de voltar à realidade, pensar em George Orwell e, claro, em seu mais badalado livro: 1984. Momento de se arrepender dos dois primeiros parágrafos? Sei não. Só sei que 1984 é fichinha diante do que acontece hoje.