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Presidente monta equipe com perfil conciliador para apagar imagem de aversão à política
Ao empossar o novo secretário de Comunicação da Presidência da República, Edinho Silva, na terça-feira (31), a presidente Dilma Rousseff deu um sinal claro de que adotará uma nova atitude com a mídia. Ex-prefeito de Araraquara (SP) e tesoureiro da campanha reeleitoral de Dilma, ele é tido como um conciliador, sempre aberto ao diálogo. Edinho Silva administrará um orçamento de R$ 187,5 milhões para este ano, e pretende democratizar as verbas publicitárias, investindo na internet e nos veículos regionais, além dos tradicionais.
Integra o novo time da Secom o jornalista Olímpio Cruz, o número 2 de Thomas Trauman, antecessor de Edinho Silva, que foi demitido após o vazamento de um documento dizendo que a comunicação do governo estava “errada e errática”. Cruz passa a ser o porta-voz da presidente da República, enquanto Roberto Messias, que vem desde o governo Lula, será mantido na Secretaria-Executiva, responsável pelo orçamento da publicidade oficial.
Perfil
Tesoureiro da campanha presidencial do PT, Edinho Silva desempenhará função política na coordenação dos trabalhos da dupla de operadores. Formado em sociologia, é considerado um petista soft, que trabalhou ao lado da igreja e tem jogo de cintura, cultivado no comando da prefeitura de Araraquara. A percepção palaciana é de que ele passará longe de polêmicas, como o debate sobre o controle social da mídia. Entretanto, caberá a ele a palavra final sobre as verbas de propaganda, como defendia o partido.
Caberá a Olímpio Cruz o papel de lidar com os jornalistas. Isto, em princípio, não parece ser um fardo muito pesado para ele, que tem bom relacionamento com os repórteres que fazem a cobertura diária das atividades do Palácio do Planalto.
A própria presidente alterou muito o perfil do primeiro mandato, quando tinha um comportamento arredio ao assédio da imprensa. Apesar da crise, Dilma tem mantido o humor, brinca com os repórteres e, em geral, atende aos pedidos de se aproximar para as famosas entrevistas \”quebra-queixo\” (rápidas, com os microfones a um centímetro do rosto).
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Assessores palacianos e os aliados da presidente comemoraram a formação do time da Secom. Acreditam que quem é capaz de escalar uma equipe com tanto cuidado para evitar o confronto, não pode ser considerada uma pessoa que tenha aversão à política.