Uma interceptação telefônica feita pela Polícia Civil do Distrito Federal com autorização da Justiça flagrou a primeira-dama do DF, Ilza Queiroz, pedindo agilidade na liberação do alvará de uma clínica de oftalmologia a um subordinado de seu marido, o governador Agnelo Queiroz (PT). As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com a publicação, o interlocutor da primeira-dama era o então administrador de Taguatinga, Carlos Jales. No dia 1º de outubro de 2013, Ilza ligou da residência oficial para pedir um “favor” a Jales.
Segundo as escutas, a primeira-dama passa o número de um processo administrativo relativo à clínica e pede a Jales: “Queria ver se você pode agilizar”. Ele então responde: “Dona Ilza, pode dormir sabendo que amanhã a licença está na mão deles”.
A publicação afirma que, após a ligação, a clínica foi liberada para funcionar, mesmo sem vistoria do Corpo de Bombeiros. Três dias depois, a primeira-dama ainda ligou para agradecer o “favor”.
Ao jornal, o advogado de Ilza, Luis Carlos Alcoforado, afirmou que a primeira-dama não é investigada no caso e que não há irregularidade. “Pedir um favor não caracteriza comportamento censurável do ponto de vista ético e legal, desacompanhado de benefício.” O advogado de Jales, Eri Varella, disse que seu cliente é inocente e “foi gentil com a primeira-dama”.