Depois de algumas semanas de descanso, brincadeiras,
divertimento e (provável) falta de rotina, o ano letivo começa. Você, mãe ou
pai de criança, até pode deixar que seu filho fique de férias e sem rotina até o
último dia, mas é provável que, assim, vocês encontrem alguma dificuldade na readaptação.
Para que o processo de voltar para a rotina
escolar seja mais tranquilo e sem mudanças muito bruscas que possam causar aversão
e resistência, inicie algumas mudanças na sua casa. A ideia é que vocês voltem para
a rotina de maneira sutil e sem que a criança entenda a escola como algo negativo.
Isso não significa deixar de brincar e passear.
Conversem em família e decidam
quando irão começar a restabelecer os horários, principalmente os alimentares e
de sono. É importante explicar os motivos pelos quais já precisam retomar a rotina
mesmo antes do fim das férias, deixando claro que essas medidas facilitarão no momento
de volta às aulas.
Como ainda faltam alguns dias,
a criança deve entender o sentido de começar esse processo com uma ou duas semanas
de antecedência. Quanto menos a criança for pega de surpresa e se sentir mais ativa,
mais ela colaborará. Então, incentive seu filho a dormir
e acordar quinze minutos mais cedo a cada dia até chegar ao horário habitual. Se
você tiver dificuldade ou dúvidas, busque um consultor do sono para te auxiliar.
Com as refeições, faça o mesmo.
Para que ele vá se ambientando
com a escola, leve-o para comprar os materiais e uniformes. Permita-o ajudar a
preparar o material (levando em conta a idade). Assim, ele vai se sentir mais participativo
e ativo em todo o processo de aprendizagem. Lembre-se de encorajá-lo para que entenda
a vida acadêmica como positiva.
Além disso, para muitos, o período gera expectativas
positivas. Para outros, traz angústia e insegurança. Pais e educadores precisam
estar atentos para ouvir o que a criança está dizendo – mesmo quando ela não consegue
se expressar claramente – para dar o suporte necessário. Frequentemente, crianças
choram e não querem ficar na escola. Essa fase tende a passar quando ela é acolhida,
ouvida e encorajada a se divertir e aprender, aproveitando esse momento.
Mas, caso você perceba que seu filho
apresenta sintomas – como dores de cabeça e de barriga, vômito, diarreia, choro
excessivo, sudorese – e esse período de adaptação já dura muito tempo, ele pode
estar vivenciando um sofrimento e um adoecimento emocional. Assim, é importante
buscar um psicólogo para um tratamento adequado. Ajude seu filho a sentir-se
bem na escola.
(*)
Psicóloga, CRP: 01/15739 (*)