Coincidentemente, o aumento dos casos de depressão e suicídio corresponde ao aumento do desprezo pela vocação. Cabe aos pais falar aos filhos sobre a importância da vocação e do exercício dela em nossas vidas. Infelizmente, muitos pais obrigam os filhos a fazerem cursos somente por dinheiro e status, infelicitando-os.
Para os mestres de todas as épocas e lugares, o espírito que habita um corpo existia antes da formação desse corpo, e o usa – ou deveria usá-lo – para cumprir uma missão e realizar um aprendizado.
Assim sendo, quem não atende à sua vocação, em algum momento entrará em depressão, porque sua preparação foi jogada fora. Quanto mais evoluído o ser, maior será o impacto da sua missão não realizada.
Alguns, exercendo o sonho inadequado, não se deprimem, mas tornam-se viciados, encontrando prazer de viver apenas sob efeito de drogas, como o álcool, por exemplo.
Mestre Buda, quando entendeu que há uma programação pré-existente para cada um de nós, largou o palácio, abdicou do sonho de tornar-se rei e, em meditação, iluminou-se, tornando-se um andarilho, ensinando e dissipando as sombras da ignorância. O efeito dessa decisão nos beneficia até os dias de hoje.
Fernando Lima abandonou a Faculdade de Medicina da UnB logo após a morte do pai, por quem era obrigado a seguir esse curso, mudou para Arquitetura, que era sua vocação, e hoje é um feliz arquiteto.
Maria das Graças enfrentou o pai, que queria que ela fosse advogada, abandonou o lar, foi para o Rio de Janeiro, e, hoje, vive sua vocação de cantora.
Às vezes, é preciso coragem e ousadia. Se se acomodar. Se disser amém para os pais, você poderá jogar sua lenda pessoal fora.
Não importa se você já está na idade avançada. Se puder, persiga e realize sua vocação. Não há idade para realizar sonhos, porque o espírito é eterno e o seu conhecimento, o bem realizado e sua alegria, lhe acompanharão pela eternidade.
Siga sua vocação, em qualquer época, e lembre-se de André Luis: \”Quem faz o que pode, recebe o salário da paz\”.