O ataque covarde do ex-deputado Laerte Bessa contra o porteiro e o síndico do condomínio Wave, em Águas Claras, poderia ter acabado em tragédia. Em meio à confusão, também desceu até à recepção o subsíndico, um policial militar da ativa. Ele estava armado e pronto a reagir caso o exaltado morador realmente sacasse o revólver ou pistola que aparentava portar dentro da bermuda, sob a camiseta.
Alexandre Hors, proprietário da empresa Solo, administradora do Condomínio Wave, elogiou a postura do porteiro – que ele pede para não ser identificado por questões de segurança. “O funcionário soube se controlar e cumpriu aquilo que passamos para nosso pessoal durante os treinamentos”.
Na quarta-feira (13), dia seguinte ao ataque do ex-deputado, o rapaz passou por uma sessão no psicólogo da empresa. “Ele estava bem, com a cabeça boa”, atestou o especialista. O porteiro ganhou folga até a próxima semana e, quando retornar, será transferido para outro condomínio. “Bem longe do Bessa”, garante Hors.
Mas o empresário espera que o ato não fique impune. A Solo registrou ocorrência na 21ª DP (Taguatinga Sul) e vai acompanhar as investigações. “Nossa empresa existe há 25 anos e atende mais de 200 condomínios em todo o DF. Nunca tínhamos passado por situação semelhante. Estamos mobilizando todo o segmento, como a Associação dos Síndicos, o Sindicato dos Condomínios e o SindServiços. Vamos cobrar punição”.
Bessa é reincidente neste tipo de atitude. Há um ano trocou empurrões com o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF), que havia feito críticas ao governador Ibaneis Rocha (MDB) na Câmara dos Deputados. Ainda em 2018, em maio, foi acusado de dar um soco no subsecretário de Articulação da Casa Civil do DF, Edvaldo Dias da Silva. Em 2016, xingou o ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) de “mentiroso, frouxo, vagabundo, maconheiro, preguiçoso, incompetente, FDP, pilantra, safado, bandido, cagão e sem vergonha”. Acabou condenado a pagar uma indenização de R$ 30 mil a Rollemberg.