Mesmo sob o risco de este texto ser denominado de “chapa branca” pelo editor deste veículo e de “puxa-saco” pelos meus colegas de labuta, preciso eternizar nas páginas (impressas e digitais) do Jornal Brasília Capital um evento histórico e inédito realizado por um órgão partidário no Brasil.
Na quarta (9) e na quinta-feira (10), a Fundação Índigo, braço de formação política do União Brasil trouxe para Brasília vinte jovens de vários lugares do País. Os estudantes fizeram parte da primeira turma do curso sobre gestão pública Jovens Índigo, realizado em 2024 pela Fundação, numa parceria com o Ibmec.

Mais de 2.400 jovens de todo Brasil se inscreveram para o curso, que tinha apenas 210 vagas. Do total de participantes, 85 concluíram e receberam um diploma chancelado pela Fundação e pelo Ibmec. (Sim! Aquele mesmo, localizado numa área nobre da capital federal, em frente à Câmara Legislativa). E o melhor: tudo de graça para os estudantes.
Mas se os jovens não pagaram, quem pagou? A Lei dos Partidos Políticos (9.096/95) impõe que 20% dos recursos recebidos pelas agremiações deve ser destinado para “manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política”. Ou seja, o valor investido vem de uma fatia do Fundo Partidário destinado ao União Brasil.
Trabalhando no evento, registrei incontáveis depoimentos emocionados dos alunos. “É a primeira vez que ando de avião, que saio do meu estado e que venho a Brasília. É fora da caixa”, me disse Marcondes Veiga, jovem baiano de 26 anos.

“Em nenhum momento tentaram nos induzir ideologicamente. As 120 horas/aula do curso foram inteiramente técnicas, e agora vamos comemorar o encerramento em Brasília. É inacreditável!”, me confessou Luiza Boff, 19 anos, de Pelotas (RS).
Além do curso e de toda a viagem, a Fundação Índigo premiou os três alunos com maiores notas com um MBA em gestão pública numa grande instituição de ensino, para que deem sequência aos seus estudos.
ALENTO – O presidente da Fundação Índigo, ACM Neto, a quem me orgulho em chamar de “chefe”, foi quem idealizou o curso. Ele garantiu que promoverá nova edição em 2025. Sem dúvida, capacitações como esta diminuirão, com o tempo, a desconfiança popular nas agremiações partidárias.
Um alento, diante do cenário apontado em pesquisas recentes segundo as quais os partidos políticos são as instituições com menor credibilidade frente à população – apenas 5% dos brasileiros confiam nas legendas, enquanto as igrejas detêm a maior confiança dos brasileiros: 77%.