Administradora do Sesc e do Senac locais, a Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio-DF) está se estruturando para continuar prestando bons serviços aos seus associados durante os próximos 20 anos. É o que diz o presidente da entidade nesta entrevista exclusiva ao Brasília Capital. Segundo José Aparecido Freire, para isto, é fundamental que os empresários se filiem aos sindicatos que representam seus segmentos.
Qual o balanço o senhor faz do seu período à frente da Fecomércio-DF? – Estamos equilibrando as contas da Fecomércio, fazendo uma nova gestão administrativa, preparando a federação para os próximos 20 anos.
Quando assumimos, em 28 de agosto em 2021, tínhamos 179 mil carteirinhas no Sesc, e em 31 de dezembro de 2022 fechamos com 510 mil carteirinhas.
O que significa, em termos de benefícios para os associados, ter o triplo de carteirinhas em relação ao que era 16 meses antes? – Temos que ter maior quantidade de serviços para conseguirmos manter a fidelidade dos nossos clientes, que são os comerciários, o público em geral e o empresário. Então, estamos abrindo mais, fazendo carteirinha digitais gratuitamente para todos para que tenhamos um público maior, até para darmos demanda aos nossos serviços.
Portanto, o Sesc gera carteirinhas para que o conveniado tenha maior faturamento? – É. nós atendemos o comerciário com serviços mais baratos com os convênios que temos com laboratórios, com clínicas, academias, o próprio EduSesc. Então, o comerciário que tem a carteirinha paga um valor bem mais baixo pelos serviços. Assim, é importante ter a carteirinha. Quando nós pegamos o Instituto Fecomércio, que é a nossa entidade que coloca os estagiários do Ensino Fundamental e Médio e o menor aprendiz, estamos tirando esse jovem do mau caminho e colocando para estudar. Nós aumentamos esse número de 1.300 em 2020 para 3.800 em 2022.
Qual a diferença dos serviços prestados pelo Sesc e pelo Senac? – O Sesc é serviço social. É essa parte que expliquei das carteirinhas. No Senac estamos fazendo a aprendizagem comercial. Hoje, o Senac também é faculdade e programa de pós-graduação. Temos no Senac o PSG – programa de gratuidade: 66.67% de nossos investimentos nós damos em gratuidade. São milhões de horas/aula que fornecemos gratuitamente para os comerciários no DF.
O público atendido necessariamente tem que ser comerciário? Ou a sociedade em geral pode usufruir desses benefícios? – O comerciário é o público-alvo que paga mais barato. Mas temos o público geral e também o empresário, que é quem contribui para o sistema. Nós não temos nenhum centavo de dinheiro público nesse sistema. O que o governo faz é arrecadar na guia de contribuição, cobra 3,5% para arrecadar, e só repassa o dinheiro para o Sesc/Senac 30 dias após a arrecadação. Então, não existe dinheiro público. É dinheiro do empresário.
O sistema S inclui outras entidades. Como é essa separação na prática? – Quando se fala Sesi e Senai, você inclui a última letra: quando coloca o C é o Sesc/Senac, que é do comércio. Quando cola I, é o Senai e o Sesi, que é indústria. Quando coloca R, é Agricultura. Quando coloca o T, é do Transporte. E tem o Sebrae, que é público. Então, o sistema S funciona dessa maneira: o Sesc é social e o Senac é aprendizagem comercial, faculdade, pós-graduação. Tem ainda o Instituto Fecomércio, que é questão das pesquisas, do menor aprendiz, do estagiário. E a Fecomércio é a administradora desse sistema.
Quantas pessoas são assistidas pela Fecomércio por esses projetos? – Temos hoje, em todo o sistema Fecomércio-DF, cerca de 2.100 colaboradores e 510 mil associados só no Sesc.
Quais os projetos da Fecomércio para 2023? – O Senac mudou para uma sede administrativa na Asa Norte. Nós pretendemos também terminar o prédio da sede administrativa do Sesc, no SIA. Estamos ampliando as nossas atividades para a parte norte da cidade, tanto do Sesc como do Senac. Abrimos projetos e licitação já em 2023 dessas duas novas unidades da parte norte e vamos lançar os editais para em 2024 começarmos essas obras. Esse é o grande objetivo nosso para este ano.
O Sesc sempre teve uma característica de investir em cultura. Tem algum projeto específico para o setor nesse período? – Nós temos vários projetos de cultura no nosso portfólio. Recentemente, trouxemos o cantor Guilherme Arantes; o Emicida, que reuniu dez mil pessoas no Sesc na unidade de Ceilândia; a Lucy Alves, na festa junina, que levou 7 mil pessoas também no Sesc da Ceilândia; fizemos a carreata de Natal.
Qual a sua mensagem para os usuários do Sesc e do Senac para 2023? – Eu diria que todas as empresas têm que se associar a sindicatos, porque juntos somos mais fortes. Quando a empresa é filiada ao sindicato, os seus funcionários são beneficiados com todos os trabalhos e serviços que o Sesc/Senac têm. Então, é muito importante que as empresas se associem e parem de pensar “não vou me associar porque é concorrente”. Não existe concorrente, existe colegas do mesmo ramo de atividades. E trocar ideias com esses colegas através do sindicato e da federação é sempre importante para que as empresas cresçam.
Há uma campanha para a atração de novos filiados? – Essas campanhas são permanentes. Atualmente, estamos com a campanha de filiação para mostrar o que nós temos a oferecer quando a empresa é associada do sindicato.