O tsunami na política brasileira após os atos de terrorismo perpetrados por bolsonaristas radicais no domingo (8) atingiu em cheio o Palácio do Buriti. Reeleito e empossado uma semana antes para governar o Distrito Federal pelos próximos quatro anos, Ibaneis Rocha (MDB) foi abatido por suposta inação diante dos ataques às sedes dos Três Poderes da República. E ficou à deriva.
Desculpas – Ainda no domingo, Ibaneis tentou minimizar os efeitos da tragédia. Usou as redes sociais para pedir desculpas aos presidentes do Senado, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal. As escusas do governador se estendiam, evidentemente, ao chefe do Executivo. Mas Lula não se sensibilizou: decretou intervenção federal na Segurança Pública do DF.
Expulsão – Ainda desorientado pelo duro golpe, o governador sofreu o segundo revés, horas depois, quando o ministro Alexandre de Moraes, do STF, o afastou do cargo por 90 dias. Para piorar, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) propôs a expulsão de Ibaneis do partido. Tentando se salvar, o (ainda) emedebista recorreu ao velho cacique José Sarney (AP). O tema tornou-se menor após a Câmara Legislativa aprovar a criação de uma CPI para apurar o alcance dos episódios golpistas no GDF.
Renúncia – Enquanto o cerco se fecha, crescem especulações sobre o futuro de Ibaneis. Aliados e juristas chegam a avaliar sua possível renúncia, para sair do foco do escândalo. Caso isto ocorra, a vice-governadora Celina Leão permanecerá no cargo por um período mais longo do que 90 dias. Mas, de acordo com a Constituição, deverão ser convocadas novas eleições, porque a chapa ainda não completou dois anos do mandato.