Cristovam Buarque (*)
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Os jornais mostram que no Brasil o número de concluintes do ensino superior diminuiu 5,9%. Isto representa uma tragédia muito grande, porque são esses profissionais de nível superior que vão conduzir o Brasil. São eles que vão fazer a economia funcionar. São eles que vão construir uma sociedade do conhecimento.
Sem eles, nós não entraremos na modernidade do século XXI, continuaremos como estamos: ricos do ponto de vista do Produto Interno Bruto (PIB), desarmônicos do ponto de vista do funcionamento da sociedade e atrasados como um centro de geração de ciência e tecnologia.
A redução do número de concluintes no ensino superior decorre da má educação de base que os nossos alunos universitários receberam nos primeiros anos de sua educação.
Houve um tempo em que se podia dizer que o abandono se devia à falta de dinheiro para pagar a faculdade. Hoje, graças a duas coisas positivas, o ProUni e o Fies, o pagamento da mensalidade não é tão grave.
Prova disto é que, quando a gente analisa a redução do número de concluintes entre o ensino público e o ensino privado, vemos que o número de alunos do ensino privado que sai da faculdade é menor, proporcionalmente, que o número de alunos das universidades públicas.
Então, não dá para dizer que há falta de recursos, pois é grátis na universidade pública e tem apoios na universidade particular.
Repito: o problema dos alunos do ensino superior decorre da educação de base deficiente que nós temos. Por isso, volto a defender a federalização da educação de base no país, retirando esta tarefa dos municípios.
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(*) Professor emérito da UnB e senador pelo PDT-DF