Pelo visto, o Plano Piloto está carente de adultos que pensem como crianças. E de crianças que procuram diversão nos espaços da cidade. Prova disso, a destruição do parquinho no meio da quadra (mantido pelo condomínio do Bloco D da SQN 105).
Ora, pensar que Brasília pode sobreviver sem a participação alegre dessas meninas e meninos parece insensatez. E é.
Mas tem um problema gravíssimo, que pode afetar o equilíbrio dos adultos que moram nas imediações: o barulho que crianças provocam, se divertindo com os brinquedos levados por um frequentador do lugar – um avô, sabe?, conhecedor das manifestações infantis e admirador das estripolias em geral. Afinal, já viu passar – incluindo a sua – pelo menos três gerações de travessuras dessas mentes felizes.
Só que há a contrapartida de algumas mentes infelizes. E a elas coube, numa quinta-feira de carnaval (que é como se diz na Bahia), convocar uma reunião semissecreta para autorizar o extermínio do parquinho.
Fim as bicicletadas, dos jogos de futebol, do vôlei improvisado com redes que não eram redes, da interação de crianças dos blocos vizinhos, um verdadeiro point da meninada. Um verdadeiro golpe de estado. Numa pequena área. Mas golpe.
Ainda bem que a resposta veio rápida: moradores vizinhos estão fazendo uma vaquinha para construir, na área de lazer de uma escola que nunca foi construída, um novo parquinho. Com tudo o que a solidariedade pode construir. Chupa, mal-humorados!