As contas do governo central registraram um rombo de R$ 7,9 bilhões em março deste ano. É o pior resultado conjunto do Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social desde 1997, início da série histórica do Ministério da Fazenda. No acumulado do primeiro trimestre de 2016, o deficit primário somou R$ 18,2 bilhões, também um recorde histórico. Esse dado equivale a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período de 2015, o resultado estava positivo em R$ 4,5 bilhões (0,3% do PIB), o que comprova o agravamento das contas públicas neste ano.
As despesas da União não param de crescer, apesar de o governo ter anunciado dois cortes de R$ 44,6 bilhões desde janeiro. Enquanto a receita líquida teve queda real (descontada a inflação) de 3% nos três primeiros meses do ano na comparação com o mesmo período de 2015, para R$ 294,3 bilhões; os gastos cresceram 5,2%, também em termos reais, para R$ 92,7 bilhões, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (28/04) pelo Tesouro.
O maior responsável por esse péssimo resultado é justamente o buraco sem fundo a Previdência. Em março, chegou a R$ 10,2 bilhões, aumento real de 43,7% na comparação com o mesmo período de 2015. No acumulado do ano, cresceu 45,7%, para R$ 28,9 bilhões. Enquanto isso, o Tesouro teve superavit primário de R$ 10,7 bilhões no trimestre. Já o BC teve deficit de R$ 247,4 milhões.
No acumulado em 12 meses, o rombo das contas do governo central é de R$ 142 bilhões, ou seja, o equivalente a 2,4% do PIB.