O presidente Michel Temer chegou na madrugada desta terça-feira (10) a Portugal para participar do funeral do ex-presidente e ex-primeiro-ministro português Mário Soares, que morreu no último sábado (7), aos 92 anos, em Lisboa.
A homenagem dos chefes de Estado a Mário Soares está prevista para as 11h (horário de Brasília), no Mosteiro dos Jerônimos, segundo a assessoria do Palácio do Planalto.
Antes da cerimônia, Temer se encontrará com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém. Do local, os dois (e outros líderes mundiais) partirão em direção ao funeral de Soares.
Temer embarcou para Portugal na tarde desta segunda (9), acompanhado do ex-presidente José Sarney, do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.
Segundo a agenda divulgada pela Secretaria de Comunicação Social, a comitiva brasileira retornará a Brasília no início da tarde.
Enquanto Temer estiver no exterior, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), será o presidente em exercício. Maia já despachou do Palácio do Planalto ontem, e a previsão é que ele volte a trabalhar no local nesta terça.
A decisão de Temer de ir a Lisboa para o funereal de Mário Soares ocorre em meio a críticas ao presidente por ele não ter viajado, na semana passada, a Manaus (AM) e a Boa Vista (RR), após rebeliões em presídios nas duas cidades resultaram na morte de cerca de 100 presos.
Luto
Histórico dirigente socialista com quatro décadas de atividade política, Mario Soares foi presidente de Portugal entre 1986 e 1996 e ocupou o cargo de primeiro-ministro em duas ocasiões, entre 1976 e 1978, e entre 1983 e 1985.
Ele contribuiu para a instauração da democracia em 1974 e para a integração europeia do país.
Após a morte do ex-presidente, o governo português declarou luto oficial de três dias em todo o país. Um dos símbolos da luta contra a ditadura portuguesa, Mário Soares foi uma das figuras mais populares da política de Portugal no século 20.
Segundo a agência EFE, o ex-dirigente socialista estava internado desde 13 de dezembro em um hospital na capital portuguesa. Ainda de acordo com a agência, Soares chegou a ficar inconsciente e em cuidados intensivos durante três dias e, após apresentar uma melhora na saúde, chegou, inclusive, a ser transferido da Unidade de Cuidados Intensivos (UCI).
Na noite de 24 de dezembro, porém, a saúde dele piorou de forma súbita, e Soares voltou à UCI. Dois dias depois, entrou em \”coma profundo\”, conforme a EFE.
Funeral
O funeral de Mário Soares foi realizado em várias etapas. O cortejo começou nesta segunda em Lisboa, na residência do ex-presidente português, passou pela Câmara Municipal e seguiu para o Mosteiro dos Jerônimos, onde fica até o final da manhã desta terça para homenagens da população e de políticos.
O corpo dele então será levado para o Cemitério dos Prazeres. No caminho serão realizadas breves paradas em frente ao Palácio de Belém, à Assembleia da República, à Fundação Mário Soares e à sede do Partido Socialista, do qual foi co-fundador.
Repercussão no Brasil
No último sábado (7), após a morte de Mário Soares, a assessoria de Temer divulgou uma nota, na qual o presidente afirmou: \”Recebi com tristeza a notícia da morte de Mário Soares, figura-chave do Portugal moderno, amigo do Brasil. O mundo perde um estadista e um defensor da democracia e da liberdade. Meus sentimentos à família e ao povo português\”.
Além de Temer, outros líderes brasileiros, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também se pronunciaram sobre a morte.
\”Mário Soares foi um dos grandes homens públicos do século XX, não só de Portugal, mas da Europa e do mundo. Um homem comprometido durante toda a sua vida com os ideias do socialismo democrático e a construção de um mundo mais justo\”, publicou o ex-presidente no Facebook.
A ex-presidente Dilma Rousseff também utilizou a rede social para prestar solidariedade. \”Recebi com tristeza a notícia do falecimento do ex-primeiro ministro português Mário Soares. Adorado pelo povo e respeitado pelos adversários, Mário Soares marcou minha geração como um militante da liberdade\”, publicou Dilma.
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