Do sucateamento ao completo abandono. Essa é a realidade do Sistema Único de Saúde (SUS) do Distrito Federal. Em três anos de governo, Rollemberg e sua equipe fora do rumo conseguiram não só não fazer nada como ir além: destruíram o pouco que restava. Hoje, o que vemos na imprensa, por meio de denúncias de pacientes e de servidores, é o retrato fiel daquilo que a desgovernança tenta, a todo custo, esconder por meio de suas fake news.
Na segunda-feira (2), o Hospital do Paranoá (HRPa), que há tempos sofre com o desmonte da saúde, decretou bandeira vermelha. Não há médicos suficientes para atender toda a demanda, muito menos equipamentos e leitos. E adivinha quem os gestores da Secretaria de Saúde culparam dessa vez? Os próprios pacientes. Em nota, a pasta teria respondido aos questionamentos da imprensa com a seguinte frase: “é que muitos pacientes com casos de menor gravidade superlotam o hospital.”
Diante da realidade que ela mesma criou, a SES-DF recomendou que a população busque atendimento nas unidades básicas de saúde antes de se dirigirem ao Hospital do Paranoá. O problema é que não há médicos suficientes nem nos hospitais e muito menos nas unidades básicas. E os gestores da SES-DF, por incrível que pareça, sabem disso: foram os próprios que criaram a nova política da Atenção Primária, que só aumentou a desassistência no DF.
Porém, o caminho mais fácil para a tentativa de reeleição é o da retórica política: argumentações que não argumentam e justificativas que não justificam.
No mesmo dia em que veio à tona (novamente) a situação de caos no HRPa, outra notícia revelava também o abandono do centro cirúrgico do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Segundo denúncia de servidores da unidade, o local, hoje, é feito, inclusive, de depósito para materiais quebrados e sem uso. Além disso, revelou o profissional, o ar-condicionado da área também está quebrado, apenas ventilando, sem resfriar.
Já na terça-feira (3), foi a vez da insegurança nos hospitais e unidades de saúde entrar para as páginas dos jornais: um jovem, que queria entrar no Hospital Regional do Gama (HRG), atirou contra o vigilante que o impediu. O tiro atingiu a boca do profissional e a bala ficou alojada no pescoço. Ele trabalha há 14 anos na unidade.
Enquanto isso, a “boa nova” do Instituto Hospital de Base – que teve as contratações de funcionários via CLT suspensas pela Justiça – é o fechamento do Laboratório de Análises Clínicas do Pronto Socorro da unidade. A ideia da SES-DF fez com que os próprios servidores do local lançassem uma Petição Pública para tentar impedir a ação que só deve dificultar ainda mais o diagnóstico e tratamento dos pacientes.
O que mais esperar para os próximos dias? Se a caixa de pandora da SES-DF não for fechada o quanto antes, para onde iremos depois do completo abandono do SUS? Pelas apostas do atual governo, garanto, o único caminho é a privatização.