Inspira grande preocupação no Supremo Tribunal Federal (STF) os protestos convocados pelo presidente Jair Bolsonaro para o dia 7 de setembro. O presidente da Corte, ministro Luiz Fux, mantém contato permanente com autoridades de segurança para garantir a segurança e a integridade do Tribunal.
A cúpula do Judiciário acertou diretamente com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), o reforço da proteção ao edifício do plenário do STF, inteiramente revestido de vidro e considerado o mais vulnerável da Esplanada. Estão previstos três diferentes planos de proteção do patrimônio público e da imagem da instituição, em gradação crescente, a depender da eventual ameaça que o protesto venha representar.
Pelo menos três tipos de barreiras físicas estão previstas para evitar a aproximação de manifestantes. Até a capacidade para arremesso de uma pedra foi cuidadosamente estimada. O ministro Luís Roberto Barroso, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também acompanha as negociações.
Além da equipe de seguranças do próprio Tribunal, ampliada em gestões anteriores à de Fux, está previsto reforço do contingente da polícia militar do DF destacado para a ocasião. Os detalhes do novo protocolo são guardados em estrito sigilo pela cúpula da segurança pública.
Um dos fatores de preocupação dos gestores é o fanatismo de parte das Polícias Militares com relação à pauta bolsonarista. Em Brasília, no entanto, Ibaneis descarta este problema.
#VaiSerGigante
O protesto está sendo organizado pelas redes sociais, onde bolsonaristas convocam manifestantes de diversas cidades pela hashtag #SeteDeSetembroVaiSerGigante. Na prática, o principal alvo da militância é o STF – hoje percebido como opositor do governo Bolsonaro por parcela importante dos seguidores do presidente.
O ato vai acontecer mesmo com o cancelamento do tradicional desfile cívico do Dia da Pátria devido à ameaça de contágio da variante Delta da covid-19. Bolsonaro anunciou que estará presente tanto na manifestação em Brasília, quanto na programada para a Avenida Paulista, reservada pela prefeitura de São Paulo para ser utilizada exclusivamente pelos organizadores do ato pró-governo.
Entre os setores que demonstram ter investido na promoção do evento está o dos ruralistas, que anunciam o envio de caravanas às capitais. Muitos deles pregam abertamente o fechamento do STF e a invasão do Senado, sede da CPI da Pandemia, tida como principal trincheira antibolsonarista.