Ex-deputado e ex-delegado, Alírio Neto vai enfrentar trânsito pesado em sua nova missão como diretor-geral do Detran. Alírio foi nomeado sucessor de Fabrício Moura, servidor de carreira, em meio à suspeição de uma licitação de “modernização de semáforos”, orçada em R$ 120 milhões. Entre as tarefas que tem pela frente, Alírio vai enfrentar o sindicato que representa os servidores da autarquia.
Sem papas na língua, Fábio Medeiros, presidente do Sindetran/DF, em duas cartas-aberta ao governador Ibaneis Rocha, não economizou tinta da caneta:
“A nomeação de um Delegado de Polícia não é modernizar nada, é simplesmente mais do mesmo. O Detran não pode servir para acomodar políticos que não tiveram êxito nas urnas, pessoas que estão sem cargos e etc. Historicamente, sempre que tivemos Delegados e/ou Coronéis na direção do Detran, estes trouxeram suas tropas. O Detran não é casa de repouso para acomodar viúvos de Roriz ou de Arruda”.
Para Medeiros, está havendo um loteamento do Detran. E ele ainda denuncia o desaparecimento de documentos internos: “Os servidores estão perplexos com os ‘novos’ acontecimentos no órgão. Pareceres técnicos apagados, servidores efetivos exonerados, contratos emergenciais sobrevalorizados e outros.
“[…] Qual o interesse dos contratos de Engenharia por parte de pessoas externas ao Detran-DF? Por que afastar servidores, pessoas técnicas e de grande capacidade, que alertam para os problemas?
“[…] Alertamos que de nada adianta exonerar o Diretor Geral se continuarem na diretoria do Detran-DF pessoas que estão diretas ou indiretamente envolvidas nas atuais denúncias e pior, com suspeitas de interesse particular e alheio ao órgão”.
A entidade questiona ainda a privatização dos depósitos do Detran-DF, cujo edital já foi publicado no último dia 30 de abril. E levanta uma suspeição: “A quem (isso) interessa?”.
Procurado para comentar o posicionamento do Sindetran/DF e falar de seus projetos, Alírio Neto não respondeu à coluna.