Levantamento do Brasília Capital aponta que existem, pelo menos, sete pré-candidatos ao Palácio do Buriti sem nenhuma experiência política ou qualquer tipo de “teste de urna” em eleições anteriores. E nenhum deles admite trocar a postulação pela chefia do Executivo local por qualquer outro cargo, seja como vice-governador, senador, deputado federal ou distrital.
O caso mais emblemático de “outsider” é o do ex-presidente da OAB, Ibaneis Rocha, que lançou candidatura ao GDF em entrevista ao Brasília Capital na edição 333, do dia 14 de outubro. Na quarta-feira (1º), ele anunciou que se filiará ao PMDB na quarta-feira (8). Será uma festa com pompa e circunstância para marcar sua chegada à legenda pela qual terá um bom tempo se tornar conhecido por meio da propaganda no rádio e na televisão.
Outros nomes pouco conhecidos também estão no páreo. Entre eles, o sindicalista Clayton Avelar (Psol), o presidente da Associação Comercial do DF, Cléber Pires (sem partido), o presidente da executiva regional do PPS, Chico Andrade, e o presidente do PRB, Wanderley Tavares .
O mais recente autointitulado candidato ao GDF é Alexandre Guerra, herdeiro da rede Giraffas, de 36 anos. Ele quer aproveitar a influência de sua empresa para se lançar candidato pelo Partido Novo. A legenda, no entanto, só anunciará o nome em julho de 2018.
Engana-se quem pensa que o discurso “outsider” se aplica apenas a empresários e cidadãos de alto poder aquisitivo. O diretor da escola Katima, no centro de Taguatinga, Eliseu Kadesh, almeja ser o próximo chefe do Executivo local.
Filiado ao Avante (antigo PTdoB), o gestor já formou 11 mil alunos nos últimos 10 anos. “Não tenho a pretensão de seguir carreira política e virar deputado para conseguir chegar ao poder. Quero atuar como gestor, no Executivo. Sou a aposta no novo e não existe alguém com o meu perfil. Sou o legítimo representante do povo”, disse.
Com voto, mas sem mandato
Na contramão dos candidatos sem voto, políticos derrotados nas últimas eleições voltaram a dar as caras e se articulam para buscar a redenção em 2018. O derrotado com mais votos (14.939) na corrida por uma cadeira na Câmara Legislativa em 2014, Guarda Jânio (PRTB), afirmou que está aprendendo aspectos técnicos do legislativo para exercer um mandato em 2019 e que, inclusive, já tem projetos para apresentar durante a legislatura. O policial militar aposentado afirmou que fez um “estágio” com o senador Hélio José (Pros).
“A afinidade, o conhecimento e a história dos candidatos serão levados em conta no próximo ano. Disputo eleições desde 2002 e sabem quem eu sou. Acredito que nas próximas eleições os votos vão se concentrar ainda mais nos principais candidatos. Se eu conseguir, vou resgatar a política social que foi esquecida por esse governo”, diz Guarda Jânio.
O candidato a deputado federal derrotado com maior capital político é Alírio Neto (78.945 votos), presidente do PTB-DF. O pré-candidato é visto em rodas de conversa com políticos de centro-direita como apto a ser o oponente de Rodrigo Rollemberg (PSB) nas próximas eleições.
“As pesquisas qualitativas a que tenho acesso mostram que o novo não dá certo. É só pegar os exemplos de Dória e Rollemberg. Não acredito em alternativas sem experiência, competência e honestidade. Deixei uma marca por onde passei, na Administração do Guará e no Na Hora, por exemplo, e vou mostrar isso a partir de agora, que terei tempo de televisão”, afirma Alírio.
Pré-candidatos sem votos
Alexandre Guerra (Novo), herdeiro do Giraffas
Ibaneis Rocha (PMDB), ex-presidente da OAB-DF
Clayton Avelar (Psol)
Chico Andrade (PPS)
Wanderley Tavares (PRB)
Eliseu Kadesh (Avante)
Goudim Carneiro (PPL), líder comunitário de Ceilândia