O anúncio feito pelo governador Rodrigo Rollemberg, na quinta-feira (6), de corte do ponto e abertura de processo administrativo contra servidores em greves consideradas ilegais pela Justiça acirrou os ânimos entre o GDF e o funcionalismo. Cerca de 500 manifestantes ocuparam a Praça do Buriti e fecharam as seis faixas do Eixo Monumental, na manhã de sexta-feira (7) (sentido Rodoferroviária) para reivindicar o pagamento de reajustes acordados na gestão Agnelo Queiroz.
As palavras de ordem e paródias ecoavam no Salão Nobre do Buriti, onde o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, se reunia com a imprensa. As 21 categorias que cruzaram os braços cobram, além do reajuste de 32 categorias, o pagamento de horas extras atrasado desde maio. Com isso, os sindicalistas prometem uma nova paralisação no dia 26 deste mês, caso o Governo de Brasília não entre em acordo com os servidores. O próximo encontro está marcado para o dia 16, quando o GDF vai afirmar se concederá o reajuste este ano ou não.
A promessa de reajuste foi firmada em outubro do ano passado, após uma paralisação geral do serviço público. Porém, os pagamentos previstos para maio deste ano foram postergados para outubro. Em 2015, aliados de Rollemberg consideraram precipitado qualquer acordo para este ano.
Garantia
O secretário de Saúde, Humberto Fonseca, também presente na coletiva de imprensa, garantiu o pagamento das horas extras referentes a maio e junho na próxima semana. “O governo reconhece a falta de pagamento desses meses. De julho em diante não houve atraso, historicamente, o pagamento de horas extras acontece até 60 dias depois do vencimento”, disse o secretário.
Porém, o governo ainda não sinalizou se concederá ou não os reajustes. O chefe da Casa Civil afirmou que seria uma irresponsabilidade fazer qualquer acordo sem ter o recurso disponível em caixa. Sampaio também negou que o decreto tenha caráter intimidatório, e sim, de mostrar as regras do jogo e sinalizar para os servidores o que vai acontecer caso a paralisação continue.
“Independentemente do decreto, o servidor tem que pensar duas vezes antes de iniciar um movimento desse. Hoje, o GDF arca com 85% de suas despesas com pessoal. A lei disciplina que, durante o movimento, fica suspenso o contrato de trabalho. Do mesmo modo que o servidor não está obrigado a prestar o serviço, o empregador não está obrigado a remunerá-lo por um serviço não prestado”, disse o chefe da Casa Civil.
Pixuleco
Enquanto Sampaio explicava as medidas do Executivo, os manifestantes com três trios elétricos e um pixuleco do governador vestido de Pinóquio faziam barulho e reivindicavam na porta do Palácio do Buriti. Os sindicalistas cantavam paródias de hits do momento, como “Malandramente” e “Baile de Favela”. A mais conhecida foi produzida pelo Sindicato da Saúde, presidido por Marli Rodrigues, com a música “Baile do Incompetente”.
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