Lula sendo ouvido no processo em que foi condenado a nove anos e meio de prisão. Moro entendeu que ele recebeu um tríplex de propina da OAS. Foto: Reprodução
Novo interrogatório o ex-presidente Lula, agora na ação penal sobre supostas propinas da Odebrecht, foi marcado para 13 de setembro pelo juiz federal Sérgio Moro. Este é o segundo processo na Operação Lava Jato, no Paraná, em que o petista será ouvido.
No mesmo dia, também será ouvido outro réu neste processo, Branislav Kontic, ex-braço direito do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma). Em 4 de setembro, prestarão depoimento executivos Marcelo Bahia Odebrecht, Demerval de Souza Gusmão Filho e Paulo Ricardo Baqueiro de Melo.
Instituto Lula
Dois dias depois, em 6 de setembro, será a vez de Palocci, do advogado Roberto Teixeira e de Glaucos da Costa Marques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai. Todos os depoimentos ocorrerão a partir de 14h.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, Lula é acusado de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro em razão de contratos firmados entre a Petrobrás e a Odebrecht. A acusação aponta que parte das propinas pagas pela Odebrecht foi lavada mediante a aquisição, em benefício do ex-presidente, do imóvel localizado na Rua Dr. Haberbeck Brandão, nº 178, em São Paulo (SP), em setembro de 2010, que seria usado para a instalação do Instituto Lula.
Intermediação
A força-tarefa da Lava Jato afirma que o acerto do pagamento da propina destinada ao ex-presidente foi intermediado pelo então deputado federal Antonio Palocci, com o auxílio de seu assessor parlamentar Branislav Kontic, que mantinham contato direto com Marcelo Odebrecht, auxiliado por Paulo Melo, a respeito da instalação do espaço institucional pretendido pelo petista.
De acordo com os procuradores, propina destinada a Glaucos da Costamarques por sua atuação na compra do terreno para o Instituto Lula foi repassada para o ex-presidente na forma da aquisição da cobertura contígua à sua residência em São Bernardo de Campo (SP). A denúncia aponta que R$ 504 mil foram usados para comprar o apartamento vizinho à cobertura de Lula.
A nova cobertura, que foi utilizada pelo ex-presidente, foi adquirida no nome de Glaucos da Costamarques, “que atuou como testa de ferro de Luiz Inácio Lula da Silva, em transação que também foi concebida por Roberto Teixeira, em nova operação de lavagem de dinheiro”. As investigações indicam “que nunca houve o pagamento do aluguel até pelo menos novembro de 2015”.
Fonte: Agência Estadão