Enquanto o governo começa a planejar o carnaval 2016, a incerteza castiga os produtores do Distrito Federal, que ainda não sabem com quais recursos vão custear as festas. Os preparativos seguem a todo vapor, mas o sonho que só deveria terminar na Quarta-Feira de Cinzas pode ser interrompido antes mesmo da virada de ano. Para definir os rumos da folia, o Governo de Brasília e produtores do carnaval se reúnem na quarta-feira (2).
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A crise econômica que assola o DF se refletiu no carnaval de 2015, no qual a maioria dos gastos foi custeada pela Secretaria de Turismo. A Cultura destinou apenas R$ 59 mil para o aluguel de banheiros químicos. O governo também bancou os serviços essenciais que foram colocados à disposição da população, como segurança, fiscalização de trânsito e distribuição de preservativos.
O corte de gastos implicou na perda de qualidade dos serviços oferecidos pelos produtores que coordenam o carnaval. Nos tradicionais blocos Baratona e Baratinha, que desfilam pelo Eixo Monumental duas vezes durante o reinado de Momo, atrações de peso foram descartadas. Para 2016, existe o risco de os dois blocos não saírem.
Além das atrações dispensadas, os blocos Baratona e Baratinha vão ser obrigados a encurtar o período de apresentação e a não distribuir brindes aos foliões para conter os gastos. “Ano passado, tivemos que tirar R$ 80 mil do nosso bolso para quitar os débitos e não tivemos ajuda do GDF. Se continuar assim, provavelmente não sairemos no próximo ano”, disse o diretor da Baratona, Paulo Henrique Nadirceo.
Escolas
O impacto da contenção de gastos também vai ser sentido pelas escolas de samba. A União das Escolas de Samba e Blocos de Enredo do DF (Uniesbe) está endividada desde 2014, quando as escolas investiram R$ 2,4 milhões com promessas de carnaval feitas pelo governo anterior e não foram ressarcidas. O governador Rollemberg se reuniu com a Uniesbe no dia 6 de novembro e ficou de dar uma resposta no dia 11 de novembro, porém não houve contato.
Para o presidente da Uniesbe, Geomar Leite, a suspensão do desfile das escolas de samba representa um atraso para o carnaval do DF. O problema que ocorreu em 2015, já havia acontecido em 1981, 1995 e 2003. Sempre em transições de governo. “Ficar um ano parado é a mesma coisa que jogar todos os outros 11 anos, que trabalhamos para desenvolver o carnaval, fora. E o carnaval da capital estava numa crescente”, disse o presidente.
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Cultura paga a conta
Os recursos destinados à Secretaria de Cultura em 2015 foram mais generosos do que no ano anterior. Apesar da diferença de R$ 56 milhões – a pasta recebeu R$ 214 milhões em 2014 e R$ 270 milhões neste ano – não houve aumento no investimento do órgão. Apenas R$ 81 milhões foram gastos até setembro, enquanto no ano anterior o total era de R$ 164 milhões.
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