Esta semana, para rebater críticas feitas a universidades públicas, o pesquisador Lira Neto lembrou-se de uma frase célebre do jornalista e escritor colombiano, o Prêmio Nobel Gabriel Garcia Marquez: “Se você disser que há elefantes voando, as pessoas não irão acreditar. Mas, se você dizer que há 452 elefantes voando, provavelmente as pessoas acreditarão”. A frase de Garcia Marquez bem vale para o equivocado artigo do presidente do Sindicato dos Médicos, Guttenberg Fialho, no BSB Capital.
O que Garcia Marquez queria dizer é que quando se mencionam números, ainda que falsos, garante-se à mentira um grau de credibilidade, iludindo as pessoas. Os números mencionados por Guttenberg no seu artigo são totalmente falsos e equivocados, como equivocada tem sido a sua visão acerca das necessárias mudanças que estão sendo feitas na saúde.
O primeiro elefante que Guttenberg tenta lançar aos céus revela sua ignorância acerca da forma como se dá a execução orçamentária. O Governo do Distrito Federal não deixou de executar R$ 332 milhões que lhes foram destinados, como afirma Guttenberg com sua tentativa de criar elefantes alados.
Uma consulta simples no sistema Siggo demonstrar que, do total previsto na LOA 2017, com posição em 2/12/2017, identifica-se uma execução de 73% dos recursos transferidos fundo a fundo pelo governo federal. Ao contrário do que afirma o paquiderme resultante do esforço de desinformação do presidente do Sindimédico, a Lei Orçamentária Anual estimou R$ 630 milhões de arrecadação com recursos do Ministério da Saúde, dos quais a SES/DF já empenhou R$ 461 milhões e liquidou R$ 308 milhões. Restam como crédito disponível para execução o montante de R$ 169 milhões e boa parte desses recursos ainda serão executados até o final do ano, aumentando significativamente os níveis de execução orçamentária da fonte ministerial em relação a anos anteriores. Além disso, os saldos de empenho, caso existam ao final do período, são transferidos ao próximo exercício como restos a pagar, com vigência até o dia 30 de abril. Podem, até lá, ser liquidados e pagos.
Enquanto as corporações esforçam-se em distorcer números para lançar elefantes aos céus, o Governo do Distrito Federal e a Secretaria de Saúde esforçam-se para salvar vidas.