Mais de 250 anos depois, voltamos à Época de Ouro da Pirataria no Distrito Federal. Capitaneados pelo governador Rodrigo Rollemberg, os piratas do GDF atracaram de vez seus navios na capital e, novamente, saquearam as aposentadorias dos servidores: foram retirados, precisamente, R$ 1,3 bilhão do Instituto de Previdência dos Servidores do DF (Iprev) de uma só vez.
A verba foi diretamente para as contas do governo, que apesar de ter sucateado a saúde pública ao longo dos últimos três anos, promete agora destinar – do total saqueado – R$ 407 milhões à área. Parece até piada.
Nos últimos três anos, sempre com a desculpa de não ter dinheiro em caixa, o GDF retirou nada menos do que R$ 1,7 bilhão do Iprev – apesar dos apelos dos servidores e dos sindicatos. E com um detalhe: sem garantias viáveis de reposição.
Antes, a justificativa era a necessidade de manter em dia os salários dos servidores. Agora, em pleno ano eleitoral, Rollemberg e seus piratas asseguram que parte do recurso saqueado vai para a educação e outro quinhão ainda será usado em obras, como a construção e reforma de escolas e unidades de saúde.
Quando? Se, em três anos de governo Rollemberg e sua equipe só afundaram o Distrito Federal, quando veremos o resultado positivo desses saques bilionários? E não vale ser apenas nas propagandas.
Talvez, inspirado nas histórias de piratas que as crianças tanto gostam – como o famoso Peter Pan – Rollemberg acredite que ancorou seu navio na Terra do Nunca: onde as promessas nunca saem do papel.
E por falar em promessas não cumpridas, na semana passada, entre os grandes feitos do atual governo, teve ainda o anúncio do começo do funcionamento (ou não) do Instituto Hospital de Base.
Porém, na prática, tudo continua igual – tirando as entrevistas da tripulação de Rollemberg que anuncia, a todo momento, o IHBDF como a salvação no fim do túnel, após três anos de desmonte: “um modelo de gestão mais moderno e eficiente”, dizem o governador e seus asseclas.
Outra piada. O governo realmente achou mais fácil terceirizar (ainda que negue) o principal hospital da rede pública do DF em vez de simplesmente destinar a ele os investimentos necessários e contratar novos profissionais? É, no mínimo, estranho.
Mas, como Rollemberg parece acreditar que governa a Terra do Nunca, pode ser que, para ele, a fantasia se torne realidade. Neste caso, terceirizar, em vez de governar, poderia mesmo trazer algum resultado. Vamos sonhar também.
Se, além de saquear, Rollemberg e seus piratas se esforçarem para fazer gestão, quem sabe, ainda em 2018, pelo menos o problema da infestação de piolhos de pombo em alguns hospitais do DF (que persiste há anos) seja resolvido. Quem sabe! Mas, na Terra do Nunca de Rollemberg, nunca se sabe.
Assim como não se sabe o que será da aposentadoria dos servidores. Será que ela ainda existirá após a Época de Ouro da Pirataria no DF?