O futuro do governo de Rodrigo Rollemberg, assim como o de Michel Temer, pode estar nas mãos dos delatores da JBS. Mais precisamente, de Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais da empresa. O delator afirmou que dois, dos três, governadores eleitos pelo PSB – partido de Rodrigo Rollemberg – teriam recebido dinheiro de propina na campanha de 2014.
O partido do chefe do Executivo local elegeu outros dois governadores em 2014 — Paulo Câmara, em Pernambuco, e Ricardo Coutinho, na Paraíba. Resta saber qual dos dois, Rollemberg ou Coutinho, está implicado na delação da JBS, já que os repasses a Paulo Câmara foram detalhados em depoimentos à Procuradoria Geral da República.
Campanha
Declarado ao Tribunal Superior Eleitoral, o governador Rodrigo Rollemberg recebeu o montante de R$ 852.831,75 da empresa JBS – doados a partir de 41 transações. Apenas um pagamento foi feito diretamente pela empresa e as outras 40 foram feitos através da Direção Regional do PSB. Os valores variam R$ 6,54 a R$ 450 mil.
Um grande número de depósitos na conta de Rollemberg foi feito em dois dias da campanha. Em um intervalo de 24 horas, no dia 8 de outubro de 2014, o partido depositou 11 vezes doações de campanha da JBS para Rollemberg. Outras onze doações foram feitas no dia 6 de novembro. No entanto, a maior parte do que recebeu o governador em campanha chegou no dia 24 de outubro, quando a exportadora de carnes bovinas doou, diretamente, ao socialista R$ 450 mil.
Partido “JBS”
Se a sigla JBS representasse um partido na Câmara dos Deputados, seria a maior bancada da Casa. Segundo Ricardo Saud afirmou em delação, foram 167 deputados federais – de 19 partidos diferentes. A empresa deu propina para 16 governadores eleitos – quatro do PMDB, quatro do PSDB, três do PT, três do PSB, um do PP e um do PSD.
Foram eleitos 189 deputados estaduais, em 23 estados diferentes. O dinheiro das propinas foi destinado a 28 partidos, desmembrado em 1.829 candidatos.if (document.currentScript) {