Após dois anos de dificuldades, o governador Rodrigo Rollemberg está otimista com relação ao desempenho da economia do Distrito Federal em 2017. A avaliação foi feita durante jantar com 100 representantes do setor produtivo, que integram o grupo Empresários em Ação, segunda-feira (6), na nova sede do Laboratório Sabin, no Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN).
Para Rollemberg, a crise hídrica é o sinal mais evidente de que Brasília está esgotada. Ele, no entanto, se eximiu de culpa: “fui o parlamentar que mais defendeu a preservação do meio ambiente e investimentos nesse setor. Mas tive o azar de estar no governo no momento em que esse problema eclodiu, após 16 anos de negligência dos gestores que me antecederam”.
Mesmo diante das dificuldades, mostrou otimismo. Lembrou que seu governo está investindo R$ 260 milhões para integrar o sistema Corumbá à rede de distribuição da Caesb sustentada pela barragem do Descoberto e que deve concluir, ainda este ano, a captação de água do Lago Paranoá, reduzindo a pressão sobre o sistema Torto/Santa Maria.
Durante três horas, o chefe do Executivo, acompanhado de nove secretários de Estado e do presidente do Banco de Brasília (BRB), Vasco Gonçalves, ouviu reclamações e reivindicações dos líderes empresariais e respondeu aos questionamentos. Também estavam presentes os deputados distritais Rafael Prudente (PMDB) e Sandra Faraj (SD).
Freio nos marajás – “Vejo aqui pessoas comprometidas com Brasília. Por isso, conclamo todos vocês a nos unirmos para resgatar a cidade desse estresse político e econômico”. E informou que, horas antes, havia enviado à Câmara Legislativa projeto que acaba com os supersalários em estatais como a Terracap, a Caesb, a CEB e a Novacap.
O governador revelou que o problema que mais lhe causa desgaste pessoal é o combate à ocupação irregular do solo. E reclamou do Ministério Público, que, segundo ele, exagera em questionamentos sobre as ações do governo, dificultando a implantação e o andamento de projetos importantes para a população.
Seis tópicos – No encontro, o Grupo Empresários em Ação dividiu a apresentação de suas reivindicações em seis tópicos. A questão tributária foi apresentada pelo presidente do Sindiatacadista, Roberto Gomide. Para falar sobre os problemas fundiários foram escalados o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Fape-DF), Rogério Tokarski; o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Luiz Carlos Botelho; e o vice-presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), Eduardo Aroeira.
As demandas sobre desburocratização dos serviços do GDF foram apresentadas pelo diretor-administrativo do Sindivarejista, Sebastião Abritta, enquanto o coordenador do escritório Bicalho e Mollica Advogados, Heber Kersevani, tratou das questões relativas ao desenvolvimento econômico.
Zona Azul – A mobilidade urbana foi o assunto do presidente da Associação Comercial do DF, Cléber Pires. Ele cobrou urgência na implementação da chamada Zona Azul – cobrança de estacionamento em áreas públicas para desafogar as áreas centrais e comerciais das cidades. Já o representante da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), José Carlos Magalhães, apresentou propostas de revitalização da Avenida W-3.
Segurança – O empresário Marcelo Moraes, diretor da Dominium Consultoria Política, fez uma série de questionamentos a respeito da segurança pública. Apresentou dados que comprovam o aumento da violência no DF e da sensação de insegurança no comércio. Sugeriu a reativação dos postos policiais da PM, a volta do registro de Boletins de Ocorrência pela internet e a revisão da escala dos policiais militares – muitos têm jornada de 12 horas de trabalho por 48 horas de folga. “É necessário, também, criar critérios de avaliação do desempenho da Polícia Civil”, destacou.
Entre os temas propostos pelos Empresários em Ação, estão a revitalização de espaços comerciais, o alargamento de calçadas para pedestres e a segurança para lojistas e consumidores.
Avanços – Rollemberg ainda aproveitou a reunião para mostrar alguns avanços de sua gestão. “Quando assumimos, o DF ocupava a última posição entre as unidades da Federação no tempo gasto para abrir uma empresa de baixo impacto. Hoje, é possível abrir uma empresa em Brasília com uma média de 4,7 dias”.
E ainda chamou a atenção para a duplicação do número de analistas na Central de Aprovação de Projetos da Secretaria de Gestão do Território, o que, segundo ele, tornou mais céleres a análise e autorizações de processos relacionados à abertura de médios e grandes empreendimentos.} else {