O presidente interino Michel Temer, disse hoje (29), em entrevista a veículos estrangeiros, que não conseguirá aprovar as reformas trabalhista e previdenciária em 2016, mas que fará todo o esforço para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que limita o teto dos gastos públicos.
O Planalto apostava em conseguir apresentar e aprovar as reformas ainda este ano. Temer reconheceu a dificuldade de passarem no Congresso medidas que ajustam os direitos sociais dos trabalhadores. “Espero que seja [enviado ao Congresso] antes das eleições. É claro que não haverá uma decisão antes das eleições. Pela experiência parlamentar que tive, acho que não será fácil aprovar este ano, não sei se será possível”, disse Temer.
Diante do cenário, o governo já trabalha com a ideia de fazer a reformas da Previdência de forma gradual. Entre os pontos prioritários estão a idade para aposentadoria, a diferença entre os sexos e a diferença entre as profissões. No caso da reforma trabalhista, a proposta a ser encaminhada ao Congresso vai tocar em temas como a prevalência da negociação coletiva, tratar de assuntos como salário e jornada, podendo ainda abordar a terceirização.
Impeachment – De acordo com a Reuters, durante a entrevista, o presidente interino também falou sobre o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Para Temer, a aprovação ou rejeição da perda do mandato da petista dependerá mais de um julgamento político do que jurídico, no Senado. Ele assegurou não estar agindo para influenciar o resultado do julgamento.
Na avaliação do presidente interino, a indefinição sobre o processo dificulta a saída da crise econômica. “Dizem que quando terminar o processo de impeachment o investidor saberá com quem vai falar e isso vai incentivar o investimento. Dizem que há muita gente aguardando exatamente o processo de agosto\”, disse.