No dia considerado decisivo para o governo bater o martelo sobre a votação do texto da reforma da Previdência, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que, por enquanto, ainda não há nada definido, mas garantiu que vai “continuar trabalhando para a votação ainda este ano”. Ele afirmou que não contabiliza votos. “O meu cálculo é o ambiente para votar. Eu não posso colocar uma matéria dessa importância sem voto. É uma sinalização importante para o Brasil”. Aos jornalistas, Maia admitiu que o prazo para votação, ainda em 2017, é curto.
“Nossa agenda é curta, mas a gente precisa reunir condições para votar, temos, no máximo, dez dias, vamos trabalhar com esse prazo para criar condições. Por mais difícil que seja, a gente vai tentar isso até o último dia. A Câmara funciona até o dia 22, temos que trabalhar com todas as datas possíveis”, disse. O presidente da Câmara classificou como um “equívoco” não aprovar a matéria. “Temos que construir, deputado a deputado, deputada a deputada, as condições para votar a reforma da Previdência. Independentemente se o partido está ou não na base, temos que rapidamente criar essas condições, como a gente já vem criando nas últimas semanas“.
Para Rodrigo Maia, o que os parlamentares precisam entender é que a aprovação do texto terá impactos positivos em todos os municípios e estados brasileiros, inclusive nos da oposição. “A gente vê muito governador de oposição, quando vem a Brasília, na conversa conosco, apoiar a reforma da Previdência. A gente sabe que sem a reforma, estaremos comprometendo o futuro de milhões de brasileiros que precisam do Estado para melhorar sua qualidade de vida”.
Críticas
Maia criticou a aprovação quarta-feira (6), no plenário do Senado, de um reforço para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 29/2017, do senador Raimundo Lira (PMDB-PB), garante um ponto percentual a mais do repasse da União relativo à arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A matéria ainda precisa ser discutida pela Câmara. “A gente sabe que precisa rever o pacto federativo. Se nós não fizermos um debate sério sobre previdência, a gente não terá recurso para discutir nem apoiar prefeitos nem estados”, alertou, acrescentando que sem a reforma não haverá recursos para repassar aos entes federativos.
“Temos que alertar todos, inclusive aqueles que têm trabalho contra a reforma da Previdência, que ela não é contra nenhuma corporação ou servidor. Pelo contrário, é a favor das pessoas que querem fazer política séria”, defendeu. O presidente da Câmara lembrou o caso do Rio de Janeiro, onde servidores têm dúvidas se vão receber salários , aposentadorias e décimo terceiro. “Para que isso não ocorra no Brasil, a gente precisa votar a reforma da Previdência, concluiu, pedindo responsabilidade dos partidos com o país.