A imprensa erra muito ao chamar injúria racial de racismo. Racismo é muito mais grave, e a pena é maior. Injúria é insulto. Racismo é impedimento. Xingar um negro por usar o elevador social é injúria. Impedi-lo de usá-lo é racismo. Um médico xingar um negro é injúria. Recusar-se a atendê-lo é racismo.
Espíritas, umbandistas, budistas e induístas de verdade (porque aceitam a reencarnação) não praticam nenhuma dos dois crimes. Sabem que cor da pele, sexo, condição sexual, etnia e condição social são experiências passageiras de todos no caminho para Deus. O branco de hoje é o negro de amanhã. O rico de hoje é o pobre de amanhã. O pobre de hoje é o rico de amanhã. O feio de hoje é o lindo de amanhã.
O machão de hoje, que maltrata mulheres e impede seus direitos, é a feminista de amanhã. O ativista homossexual de hoje é o agressor e discriminador de homossexuais de ontem. O príncipe de hoje é o mendigo de amanhã. O empresário explorador do trabalhador de hoje é o trabalhador explorado de amanhã.
Como encerra-se o ciclo? Com a reparação (caridade contrária ao mal feito) que gera a educação e a transformação. Os teus pecados te são perdoados porque você muito amou (reparou). Não peques mais para que algo pior não te aconteça, ensinou Jesus.
O racismo e a injúria racial são, em regra, aprendidos no lar, e repetidos, porque os filhos não avaliam e não se libertam dos efeitos nocivos da educação recebida.
A partir de 2018, em São Paulo, empatia – capacidade de se colocar no lugar do outro – estará nos currículos escolares da rede pública. Empatia é a chave para uma convivência saudável; é meio para a compaixão, como pedia Buda; é meio para o amor ao próximo, como pedia Jesus.
Coloque-se no lugar do outro e veja se gostaria de ser discriminado, injuriado. Aprenda com Luis Sérgio: \”o objetivo da vida é o aprendizado da arte de amar\”. \”Quem é meu inimigo? Eu mesmo\”, ensina Dalai Lama.