Aos seis meses de vida, a criança está apta a receber alimentos sólidos. Ou seja, é o momento de introduzir vegetais, frutas, carnes e cereais em sua dieta, além do leite materno, que deve ser oferecido de forma exclusiva pelo menos até esse período. Isso já é um consenso.
O primeiro ano de vida é um período de intensa transformação para o bebê, para a mãe e para a família de modo geral. Normalmente, o período de introdução alimentar é um momento delicado para a família, especialmente se não houver uma orientação adequada de como fazer esse processo.
Chamo a introdução alimentar de “processo” porque ocorre de forma relativamente demorada. Ele se inicia aos seis meses e só após mais seis meses de tentativas, negativas e aceitações é que a criança começa a comer os alimentos preparados para toda a família.
Claro que, para isso, a família precisa ter refeições saudáveis, com pouco sal e óleo e, de preferência, nada de adição de açúcar. São aproximadamente seis meses de introdução de alimentos, e cada criança tem seu ritmo e seu tempo.
Fazemos uma previsão na literatura. Porém, sempre levar a individualidade em consideração será a melhor forma de fazer a introdução alimentar. Além das papinhas, temos ainda um método que tem ganhado muitos adeptos: o BLW (em outro momento explicarei melhor).
Bom, vamos ao ponto… do porquê da minha pergunta no título. Tenho encontrado muitas orientações equivocadas de introdução de alimentos, desde a introdução tardia de grupos alimentares possivelmente alergênicos (já sabemos que quando esses alimentos são inseridos na dieta durante o aleitamento ocorre o efeito protetor do leite materno), até a introdução de alimentos industrializados e açúcar de forma precoce.
Reforço que o nutricionista – neste caso, um que especialista que tenha experiência em nutrição materno-infantil – é o profissional mais indicado para fazer as orientações. Cada vez mais atendo casos de introdução alimentar realizados de forma indevida. E lembro a todos que é no início da vida que temos a fase crítica para todas as doenças que nos acometem na idade adulta, especialmente as de cunho nutricional.