O Partido dos Trabalhadores e os movimentos sociais – incluindo o MST – esperam reunir 20 mil pessoas nesta quarta-feira (10) na Praça Tiradentes, em Curitiba, para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prestará depoimento, a partir das 14h, ao juiz Sérgio Moro. A estimativa é do ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho, em entrevista ao Brasília Capital.
Gilberto Carvalho avalia que a mudança de data do encontro de Lula com Moro, que inicialmente estava marcado para o dia 2 de maio, esvaziou o movimento. “No dia 2, emendaria com o feriado do Dia do Trabalhador e facilitaria a viagem de grandes caravanas que estavam sendo formadas em todo o País. Ainda assim, vamos fazer uma bonita festa democrática, num clima de paz”, espera o ex-ministro.
Reação a Greca
O coordenador da mobilização pró-Lula, que havia dado declarações em tom de desafio às autoridades locais – “acamparemos, sim, em Curitiba, queiram eles ou não” – disse que essa atitude foi uma reação ao prefeito da capital paranaense, Rafael Greca (PMN), que baixara um “interdito proibitório” – proibição de qualquer acampamento, movimento ou atos em praça pública.
Diante do recuo de Greca e de um acordo com o governador Beto Richa (PSDB), a manifestação a favor de Lula está autorizada e será acompanhada pacificamente pelas secretarias de segurança municipal e estadual. “Estamos em sintonia total com o Estado”, reiterou Carvalho, que gravou um vídeo para as redes sociais baixando o tom do confronto entre petistas e aliados contra os apoiadores da Operação Lava Jato.
Vídeo de Moro
“A divulgação do vídeo de Sérgio Moro pedindo que nossos adversários não saiam às ruas na quarta-feira também colaborou para desarmar os espíritos”, diz. Mas ele entende que o juiz só tomou essa decisão após perceber que o número de manifestantes pró-Lula seria muito maior do que os pró-Moro. Em seu vídeo, o juiz argumenta que se trata meramente de um ritual dentro do processo contra Lula. E que deseja evitar um confronto entre lados opostos. “Não quero que ninguém se machuque”.
Ato político
Gilberto Carvalho também estimula os petistas que não puderem ir à capital do Paraná a se concentrem em suas cidades. E acentua que “Curitiba não é propriedade dos coxinhas (adversários)”. Ele diz ainda que Lula está tranquilo e “a mil por hora” para enfrentar Sérgio Moro. Já o juiz tem dito que o ex-presidente quer transformar um depoimento rotineiro da Justiça em ato político.
Manifestações de juíza
Na sexta-feira (5), a juíza Diele Denardin Zydek restringiu as manifestações. Ela foi acusada de parcialidade por causa de várias postagens no Facebook para criticar Lula ou para aplaudir quando o ex-presidente sofria alguma derrota. Em março de 2016, publicou o ícone das palmas batendo diante de decisão de condução coercitiva para Lula. “E hoje a casa caiu para o Lula…”, escreveu.
A magistrada também criticou, no ano passado, quando a ex-presidente Dilma Rousseff tentou dar o cargo de ministro da Casa Civil para Lula. “É triste ver esse tipo de manobra criminosa”, publicou. Há várias postagens nesse sentido, inclusive com chamamento para manifestação pública. Sua página no Facebook, que estava na rede até segunda-feira, já não podia ser acessada nesta terça. Aparecia como página inexistente.} else {