Caroline Romeiro (*)
Existe, atualmente, uma crítica muito evidente ao modelo biomédico da centralização dos processos de “saúde” baseados no adoecimento e em medicalização. O contraponto disso está no que entendemos como “promoção da saúde”.
A promoção da saúde se dá com determinantes sociais, incluindo o acesso à alimentação saudável. A atenção primária, no nosso Sistema Único de Saúde (SUS), tem como premissa a promoção e proteção da saúde.
Para isso, um nutricionista que atua nessa área tem papel fundamental. O nutricionista não pode ser visto apenas como um profissional prescritor, mas, sim, como um profissional que entende o processo da alimentação desde a produção à aquisição e preparo dos alimentos, de modo que atenda às reais necessidades da população.
É estranho olhar para a definição de promoção da saúde e não conseguir entender que o nutricionista tem papel fundamental nesse processo. Mas, infelizmente, é isso que muitos gestores de saúde não enxergam e não entendem.
Alimentação é saúde, e quem pode ajudar a população, lá na atenção primária, a alcançar saúde, é também o nutricionista.
Em tempos de eleição, precisamos pensar na saúde pública, no acesso da população aos alimentos e em tudo que esse direito humano básico representa na vida das pessoas.
Portanto, ao votar, observe quais candidatos se comprometem com a saúde como um todo, desde a atenção primária, especialmente a oferecida pela rede pública. Cuidado com aqueles que só se preocupam em privatizar um serviço que é universal e direito de todos, consagrado em nossa Constituição Cidadã de 1988.
Mestre em Nutrição Humana e dutoranda em Ciências da Saúde
Instagram: @carolromeiro_nutricionista