O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão preventiva do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do deputado federal Rodrigo Loures (PMDB-PR). O procurador propôs um agravo regimental contra a decisão do ministro responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, que havia indeferido o pedido na semana passada.
Os parlamentares estão no mesmo inquérito e são investigados por prática de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução à investigação. As acusações baseiam-se nas provas apresentadas pelos delatores do Grupo J&F e nas ações controladas feitas pela Polícia Federal.
Nas gravações, o primo de Aécio, Frederico Pacheco, recebe cerca de R$ 450 mil em uma mala de dinheiro para pagar os advogados de defesa que atuam nos processos do parlamentar na Operação Lava Jato. O deputado peemedebista também foi flagrado recebendo R$ 500 mil, que, segundo aponta os procuradores, era arrecadado para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com suposto envolvimento do presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP).
Decisão
O agravo pede a reconsideração da decisão do ministro e, em caso de negativa, que o recurso seja julgado em plenário no STF. Segundo a PGR, a prisão preventiva não ocorreu antes para que fossem “coletadas provas mais robustas em relação aos fatos criminosos em curso”.
“O procurador-geral argumenta também que o senador e o deputado são pessoas poderosas e influentes, cuja liberdade pode levar ao ‘uso espúrio do poder político’. A condição de congressista, faz com que os investigados tenham influência sobre pessoas de poder, enquanto a condição de liberdade os ‘permite manter encontros indevidos em lugares inadequados’\”, diz o texto.