A prisão dos ex-governadores Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR) e do ex-vice Tadeu Filippelli (PMDB) são só o início de uma investigação que promete continuar chacoalhando Brasília. Os três estão detidos desde terça-feira (23) por suspeita de terem participado do desvio de R$ 900 milhões da obra do Estádio Nacional Mané Garrincha, executada pelas construtoras Andrade Gutierrez e Via Engenharia.
Estão no radar dos investigadores as obras no entorno do estádio Mané Garrincha e a construção do BRT Sul Gama – ambas custeadas com verba da União. Assim como o Mané Garrincha, as sobras do Expresso Sul foram licitadas em 2008, durante o governo Arruda, mas a execução só se deu na gestão de Agnelo e Filippelli. O orçamento inicial do empreendimento era de 587,4 milhões, o executado, porém, chegou a R$ 704,7 milhões.
Segundo a delegada da Polícia Federal responsável pela Operação Panatenaico, Fernanda de Oliveira, “a Andrade Gutierrez trouxe outros assuntos que vão ensejar a instauração de vários inquéritos, os quais, possivelmente, envolverão os mesmos personagens”.
Em sua decisão, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira também antecipou que mais escândalos estão por vir. “As irregularidades no Estádio Mané Garrincha não podem ser analisadas de forma isolada, porque fazem parte de um bloco maior de indicadas irregularidades em apuração contra o mesmo grupo tido como criminoso no Distrito Federal”, escreveu.
Prisões – Além de Agnelo, Arruda e Filippelli, outros sete mandados de prisão temporária foram expedidos. Entre eles, contra a ex-presidente da Terracap, Maruska Lima; o dono da Via Engenharia, Fernando Márcio Queiroz; e o ex-secretário da Copa, Cláudio Monteiro.
Arruda, Cláudio Monteiro e Filippelli dividem uma cela de 6m², enquanto Agnelo, Fernando Queiroz e Nilson Martorelli (ex-diretor da Novacap) estão em outra, ao lado. Afrânio Roberto foi colocado num hall próximo à carceragem dos outros presos.
Durante as buscas nas residências dos suspeitos, foram apreendidos 93 mil dólares, 20 mil euros, uma coleção de relógios estimada em R$ 500 mil e várias garrafas de vinho, algumas avaliadas em R$ 20 mil.if (document.currentScript) {