Pré-candidatos a deputado distrital e federal miram os votos dos 137 mil eleitores de Taguatinga, a maior zona eleitoral do DF (leia coluna de Chico Sant’Anna, na página 10). Ex-administradores, ex-parlamentares, empresários e lideranças evangélicas afinam discursos voltados à revitalização da cidade. Todos investem em redes sociais e em reuniões com grupos de apoiadores. Mas a maior aposta ainda é se tornar conhecido usando as inserções no horário eleitoral no rádio e na televisão.
Washington Mesquita (PTB), Olair Francisco (PP) e Dr. Charles Roberto (PTB) acreditam na experiência dos mandatos que exerceram como deputados distritais para conquistar novo mandato em 2018. Mesquita, ligado aos movimentos católicos, vai se aprofundar nos projetos de evangelização e pastoral para recuperar a confiança dos eleitores. Ele fará um discurso de oposição ao governador Rodrigo Rollemberg (PSB).
“Taguatinga foi abandonada nesta gestão. A cidade não recebeu investimentos na segurança pública, pavimentação e iluminação. É preciso viabilizar o Centro Administrativo para movimentar o comércio e gerar empregos. Estou no partido do Alírio Neto, mas fui sondado pelos grupos do Ibaneis Rocha (PMDB), do Wanderley Tavares (PRB), do Izalci Lucas (PSDB) e do Paco Brito (Avante)”, disse Mesquita.
Apesar de ter seus negócios na cidade-satélite e admitir que Taguatinga sofreu na atual gestão, Olair Francisco prefere se posicionar como um candidato de todo o DF. Para ele, não basta a cidade eleger um candidato, se o Executivo não investir. “As pessoas do atual governo não conhecem a máquina pública. Precisamos dar oportunidade para outras pessoas. O grupo político à direita tem que se unir para estas eleições, como fazia na época de Roriz e Arruda. Se dividir, ficará mais difícil”, avalia.
Empresários – O presidente da Associação Comercial e Industrial de Taguatinga (Acit), Justo Magalhães, também é pré-candidato a distrital. Mas ainda não decidiu por qual partido. Ele aposta na proximidade com os moradores da cidade, especialmente os mais antigos. Junto ao empresariado, levantará a bandeira da acessibilidade, melhorias no trânsito. Proporá a criação de centros de convivências para idosos, além de dar mais poder aos administradores regionais.
“Eles vêm como mercadorias e não como conhecedores dos problemas da cidade. Dependem de emendas parlamentares e recursos do governo. Mas poderiam ser escolhidos por meio de eleição informal, já que a Constituição não permite eleição direta”, sugere.
Administradores – O ex-administrador Antonio Sabino (PT), que também administrou o Cruzeiro, afirma que a sua candidatura não está garantida, pois ainda depende da deliberação do partido. Porém, afirma que ações pontuais não trarão o “brilho” para a cidade novamente. Para ele, é preciso envolver associações, categorias e toda a população em um projeto comum. O discurso é de valorização de Taguatinga e outras cidades-satélites.
“O Centrad é uma boa ideia para movimentar o eixo oeste do DF, que corresponde a 50% da população. Não podemos manter um elefante branco. Independentemente do candidato e do projeto escolhido, acredito que o PT terá uma postura bastante combativa nas próximas eleições”, antecipa.
O atual administrador, Marlon Costa (PSB), prefere não comentar sobre sua possível candidatura. “Não é a hora”, desconversa. Seu antecessor, Ricardo Lustosa, pode ser candidato à Câmara Legislativa caso a deputada Sandra Faraj (SD) decida concorrer à Câmara Federal. Ele não retornou às ligações do Brasília Capital.
Morador de Taguatinga, o presidente do Sindicato dos Médicos, Gutemberg Fialho, que obteve 8.858 votos nas últimas eleições, usará um forte discurso de oposição a Rollemberg, seu ex-correligionário no PSB, e em defesa da Saúde pública do DF. Negocia sua possível filiação ao PMDB. A família do ex-vice-governador Benedito Domingos (PP), que cumpre prisão domiciliar, quer voltar a ter representante na política local por intermédio de sua filha Bena Domingos (PP).