O Centro de Cirurgia Plástica Israel Pinheiro, no Lago Sul, onde a aposentada Maria Conceição Silva Costa, 56 anos, morreu durante a preparação para uma cirurgia na região nos olhos, ontem, será inspecionado pela Vigilância Sanitária do DF entre hoje e segunda-feira. O órgão quer saber se o que causou o óbito está ligado ao procedimento, ao profissional ou a qualquer falha estrutural.
A Vigilância Sanitária antecipará o ciclo de avaliação após o ocorrido. Segundo o diretor, Manoel Silva Neto, a princípio, a clínica está de acordo com as exigências previstas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público do Distrito Federal, a Secretaria de Saúde e o Conselho Regional de Medicina (CRM). No entanto, uma nova avaliação será feita. “Todos os anos, visitamos os estabelecimentos pelo menos uma vez. Em 2016, ainda não tínhamos começado, mas, por conta desse fato, vamos ao local nos próximos dias.”
Segundo a Polícia Civil, a causa da morte, até o momento, é possível reação alérgica, choque anafilático ou rejeição à medicação. A aposentada deu entrada na unidade de saúde, na manhã de ontem, acompanhada da irmã mais velha. Ela faria um procedimento considerado de baixo risco para retirada de excesso de pele na região dos olhos. Mas, após a sedação, apresentou mal súbito, com edema na face e dificuldade de respiração. A clínica chegou a acionar a UTI móvel, mas a mulher morreu por volta das 13h25, segundo consta na ocorrência da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), onde o caso é investigado.
Moradora do Condomínio Jardins Mangueiral, em São Sebastião, Maria Conceição era aposentada e tinha três filhas. A irmã dela fez o mesmo procedimento minutos antes. Ela se recuperava da cirurgia quando a vítima entrou para ser operada. A cirurgia não requer anestesia geral, mas exige sedação. Três remédios foram administrados na aposentada: Midazolam, Fentanil e Droperidol. Segundo depoimento do dono da clínica, a paciente começou a apresentar alterações após a manipulação dos medicamentos. “Por enquanto, estamos ouvindo familiares e médicos”, disse o delegado adjunto Gustavo Farias.
Ele alertou para a necessidade de as unidades de saúde terem leito de UTI. “A clínica não tinha. Recomendamos que as mulheres verifiquem a disponibilidade de UTI antes de se submeterem a cirurgias.” A clínica garantiu que a paciente realizou todos os pré-exames exigidos. E reforçou que ela já tinha realizado outros procedimentos no local. A empresa ressaltou, ainda, que tinha à disposição desfibrilador, eletrocardiograma, equipamentos de monitoramento cardíaco, de oxigênio e de pressão arterial.