Os planos de saúde empresarial com coparticipação cresceram 13% no Brasil de 2017 para 2020. É o que revela uma pesquisa da Aliança de Saúde Populacional (ASAP) e da Associação Brasileira de Recursos Humanos concluída nesta semana.O levantamento também aponta um aumento de 6,5% de negociações diretas com hospitais e de 18,3% no número de empresas que mudam de operadora para reduzir custos.
Segundo o estudo, as medidas para enfrentar a elevação de custos continuam muito focadas em ferramentas de regulação e transferência de custos aos usuários, como coparticipação (61,9%) e contribuição por parte do usuário.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estima que 67,5% da saúde suplementar no Brasil é formada por planos coletivos empresariais. “Por isso, é relevante acompanhar como as empresas conduzem a gestão de saúde de seus colaboradores e beneficiários”, diz o presidente da (ASAP), Ricardo Ramos.
Ele explica que, com a chegada da pandemia da covid-19, os planos de saúde passaram a ter uma importância ainda maior para os trabalhadores. Esse quadro mundial também afetou a gestão de assistência dentro das empresas. Para ele, a coparticipação é um tendência para os próximos anos.
“De forma geral, as empresas ampliaram iniciativas administrativas, como a coparticipação, na tentativa de mitigar os custos assistenciais, mas não foram tão arrojadas na gestão do risco assistencial. Acredito que esse período de pandemia deve abrir espaço para um olhar de gestão que coloque o colaborador de fato como protagonista de sua saúde, pois somente assim esse benefício pode ser perenizado com menos dor para as empresas”, afirma.
A pesquisa mostra que 81% das corporações entendem a importância da saúde em suas organizações como média ou alta. Porém 83% acreditam que não conseguirão evitar aumento nos custos com saúde.
A análise revela que é expressivo o número de empresas que oferecem plano de saúde (91%). Apenas 16% não oferecem plano de saúde para todos os colaboradores. O número de empresas com política contributiva do colaborador é de 57%.
A primeira versão da pesquisa, utilizando metodologia de enquete, foi concluída em maio de 2017. Uma nova versão com o mesmo conteúdo foi realizada de janeiro a março deste ano para comparação. Em 2017 foram ouvidos 668 gestores, o que abrange cerca de 3 milhões de beneficiários. Em 2020 foram 704 gestores o que representa cerca de 6,5milhões de beneficiários (o dobro do levantamento anterior).