O Ministério da Saúde colocou em prática, em setembro deste ano, o Plano de Combate à Dengue. O foco principal é o controle do mosquito Aedes aegypti. A estratégia, segundo a ministra Nísia Trindade, é reduzir o impacto da doença na população.
No início do ano, o Brasil enfrentou um surto alarmante da doença, com mais de 6,5 milhões de casos prováveis registrados. Foi um dos piores cenários da história recente da dengue no País, resultando em 5.219 mortes confirmadas (outros 2.012 óbitos permanecem sob investigação).
Março foi o mês mais crítico, com mais de 1,6 milhão de novos casos de dengue. A partir de maio, houve uma desaceleração na transmissão. Porém, o número de mortes aumentou 71% em relação ao mesmo período de 2023, demonstrando a gravidade da doença, mesmo com a redução no número de casos.
São Paulo foi o estado mais afetado, com 1.813.282 casos, seguido por Minas Gerais, com 1.607.043, e Paraná, com 614.713 registros. A faixa etária mais atingida é a de 20 a 29 anos, com uma prevalência maior entre as mulheres, destacando-se como o grupo mais vulnerável durante o surto.
Desafio – A ministra tem se manifestado sobre a grave situação da dengue no Brasil, enfatizando a necessidade urgente de combater a doença. Ela reconhece que, embora a erradicação não seja viável, é possível reduzir significativamente seu impacto na saúde pública.
Nísia Trindade lembra que a dengue representa um desafio não apenas para o Brasil – onde se tornou um problema persistente há mais de 40 anos –, mas para cerca de 80 países. Ela relaciona o aumento da incidência da doença a fatores como o crescimento urbano desordenado, mudanças climáticas e questões ambientais.
Conscientização da população
Além de ações individuais, as campanhas de saúde pública têm buscado aumentar a conscientização sobre a necessidade de colaboração comunitária. O objetivo é promover um esforço coletivo para erradicar possíveis focos de proliferação e proteger a população dos riscos que o Aedes aegypti representa, especialmente em períodos de chuva e calor, quando o mosquito se reproduz mais rapidamente.
Embora a taxa de letalidade da doença tenha diminuído em relação a 2023, a ministra ressalta a importância de prevenir mortes, considerando que ainda há um número expressivo de óbitos confirmados e em investigação.
Vacina pioneira
O Brasil se destaca como pioneiro na incorporação de uma vacina contra a dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS). A vacinação será implementada de forma progressiva, levando em conta a incidência da doença nas diferentes regiões.
Além disso, o Ministério está comprometido em ampliar a produção e o acesso a vacinas, com destaque para o imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan, que apresenta uma proposta promissora ao ser aplicada em dose única.
Essa iniciativa representa um passo importante na luta contra a dengue, visando proteger a população de uma doença grave e uma das mais desafiadoras da atualidade.
Prevenir para não remediar
Veja algumas ações simples do dia a dia que podem prevenir a reprodução do mosquito e a disseminação da dengue:
– Eliminar criadouros: Descarte corretamente garrafas e recipientes que possam acumular água, mantendo-os sempre tampados.
– Manter calhas limpas: Remova folhas e outros resíduos que possam impedir o fluxo adequado de água.
Cuidar de vasos de plantas: Evite deixar pratinhos de plantas com água parada. Se necessário, encha-os com areia.
Reforçar o cuidado pessoal: Use repelentes, especialmente em áreas com maior incidência de mosquitos, e utilize roupas que cubram bem o corpo.
Saiba +
A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, também responsável por doenças como zika e chikungunya. O principal meio de combate é a prevenção, evitando o acúmulo de água parada, onde o mosquito se reproduz. Isso inclui tampar recipientes como caixas d’água e eliminar focos de água parada em pneus e garrafas. O Ministério da Saúde reforça que pequenas ações diárias podem fazer a diferença na redução da proliferação do Aedes.