Gustavo Goes
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Após um ano operando em “fase de testes”, sem a cobrança de tarifa, o Expresso DF Sul, que liga Santa Maria ao Plano Piloto, passando pelo Gama, Candangolândia e Park Way, já causou pelo menos dois estragos: um gasto de R$ 29 milhões nos cofres públicos, sem contar os meses de fevereiro e março, que ainda não foram contabilizados, com o subsídio das 200 mil viagens diárias desde 7 de abril de 2014, e o desgaste do asfalto do Eixo Rodoviário Sul. Quem passa pela via, no final da Asa Sul, observa as rachaduras e buracos na faixa por onde passam os ônibus do Expresso DF Sul.
Buracos e rachaduras no asfalto não são novidade para os brasilienses. Mas a deficiência encontrada na obra recém-inaugurada coloca em alerta a população para possíveis problemas num futuro próximo. A pista recebeu revestimento de concreto, porém a recuperação do pavimento asfáltico não foi feita, segundo o Departamento de Estrada de Rodagem do Distrito Federal (DER/DF).
Com extensão de 43 Km e 35 Km de faixa exclusiva – maior do que os 20 Km da Estrada Parque Taguatinga (EPTG) – a faixa destinada ao BRT tem um fluxo menor de carros. Mesmo com o grande número de veículos, desde que foi ampliada e reformada em 2008, a principal via de ligação entre Taguatinga e o Plano Piloto, por onde passam 150 mil carros diariamente, não apresentou a fragilidade da pista por onde passam os Veículos Leves Sobre Pneus (VLP), inaugurada há menos de um ano. Segundo o DER, a diferença entre as duas pistas está em suas superfícies. Enquanto a EPTG possui uma estrutura rugosa, a pista do Expresso DF Sul é lisa. O preço e a espessura do asfalto da EPTG e da pista do Expresso DF Sul não foram divulgados pelo órgão.
Segundo a assessoria do DER, a obra do Expresso DF Sul ainda está em sua garantia, que é de cinco anos. “O recapeamento é feito regularmente, de mês em mês, dependendo do trecho. A obra foi executada por um consórcio de empresas, vencedor da licitação para construção do BRT Sul, com fiscalização e supervisão do DER”, explicou.
Com menos de um ano e já com problemas na manutenção, a única garantia que o brasiliense tem é que, assim como as ruas do DF, a pista do BRT Sul vai apresentar novos problemas, em breve. Ou os Veículos Leves Sobre Pneus não são tão leves assim, ou é mais um caso de falta de fiscalização na qualidade das obras de infraestrutura contratadas pelo GDF e pagas com o dinheiro dos impostos arrecadados de todos os cidadãos.