Com a sinalização de Michel Temer (PMDB) de que irá concorrer à reeleição e o lançamento da pré-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), na última semana, foi dada a largada para a corrida eleitoral dos partidos de centro. Os partidos têm até o dia 5 de agosto para escolherem os candidatos à Presidência em suas convenções. As coligações impactarão no cenário local e, consequentemente, na disputa pelo Palácio do Buriti.
Partido com o terceiro maior tempo de televisão (1 minuto e 18 segundos), o PSDB lançou oficialmente Geraldo Alckmin ao Planalto na terça-feira (20). Ele deixará o governo de São Paulo em 6 de abril, deixando o seu vice, Márcio França (PSB), assumir o comando. O socialista concorrerá ao próximo mandato e terá como principal concorrente o atual prefeito da capital, João Dória (PSDB). Com isso, Alckmin, provavelmente, terá dois palanques na capital.
Na semana passada, a Executiva nacional reconduziu o deputado federal Izalci Lucas (PSDB) à presidência do partido no Distrito Federal, contrariando o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Izalci afirma ser pré-candidato do PSDB ao governo local, porém, sofre com a resistência de lideranças históricas da legenda, como Maria de Lourdes Abadia. Ela é secretária de Projetos Estratégicos do governo Rollemberg, que sonha com o apoio do PSDB nas próximas eleições.
“A única certeza que tenho é que não estaremos com Rollemberg. A candidatura de Dória ao governo de São Paulo reforça essa hipótese. Se ele quiser fazer pedir voto para o Alckmin, que peça. Não fará diferença. Mas tudo que ele promete acaba não cumprindo. O DNA do PSB não vai mudar: é petista”, disse Izalci Lucas.
PSB
O presidente do PSDB-DF, Thiago Coelho, acredita que a partir do dia 7 de abril as movimentações dos partidos ficarão mais claras. Isso ajudaria, por exemplo, segundo ele, o pré-candidato ao governo de São Paulo Márcio França. “Muitos dos votos que o PSDB conseguiu em São Paulo nas últimas eleições presidenciais se deve ao apoio do PSB”, disse.
Sobre a possível aliança com o PDT, que lançou Ciro Gomes à presidência, Thiago Coelho garantiu não ter nada definido. “Existe um respeito mútuo entre os dois partidos. Ciro Gomes e Rollemberg tem ideologias próximas. Porém, não necessariamente essas costuras nacionais sejam determinantes para as coligações no DF”, disse.
MDB
A provável candidatura de Michel Temer (MDB) também trará desdobramentos na corrida pelo Buriti. O presidente licenciado do partido Tadeu Filippelli já manifestou interesse em concorrer à sucessão de Rollemberg, porém, a prisão na Operação Lava Jato fez com que desistisse da ideia. Antes do episódio, Filippelli era assessor especial do presidente e despachava no Palácio do Planalto.
“Ele não falaria nem a pau, pelo que é do feitio dele. O PMDB entendo que o momento exige cuidado e que não é hora para lançar ninguém candidato. Porém, o humor do País está mudando, com crescimentos em diversas áreas, o que transformaria o presidente em um grande eleitor e um grande candidato”, disse um membro da Executiva nacional, que preferiu não se identificar.