José Maurício dos Santos (*)
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Após um difícil primeiro semestre, o governador Rodrigo Rollemberg corre contra o tempo para apagar os focos de incêndios que insistem em se manter acesos à sua frente. Não pela seca do clima nesta época do ano em Brasília, mas por uma desidratada aprovação de sua gestão, tanto nas ruas, quanto na Câmara Legislativa.
A saída de Hélio Doyle da Casa Civil não foi suficiente para se reaproximar o PDT do Buriti, após a baixa da presidente da Câmara, Celina Leão.
O primeiro governo de terceira via no DF, que sofre com a segmentação do eleitorado entre petistas e rorizistas, Rollemberg analisa os melhores caminhos para seguir em busca de apoio. Aliás, na atual conjuntura, toda ajuda é bem-vinda. O problema são os “juros”, que em época de crise são altíssimos.
A desgastada relação com os servidores e sindicatos resultou na frustrada tentativa de obter apoio da categoria, que acusa o governo de querer colocar na conta dos trabalhadores o fato de não conseguir tirar o caixa do vermelho, em virtude da onerosa folha de pagamento.
O PSB local também não acompanhou a ascensão de Rollemberg. Enquanto PMDB supera 25 mil e DEM, PSDB, PP e PT 15 mil, o PSB tem hoje menos de 6 mil filiados. Já o maior aliado, o PDT, tem o dobro. Realidade que teve reflexo direto nas urnas. O PSB não elegeu nenhum parlamentar no DF.
De um partido com viés de esquerda e detentor de um eleitorado jovem, o governador terá que lidar com temas delicados no início do segundo semestre.
Num momento de aproximação com a Igreja, com o legislativo e de resgate econômico e social, Rollemberg tem sobre sua mesa mais de 50 projetos de lei para serem sancionados ou vetados.Dentre eles: o Estatuto da Família, que exclui os homossexuais; a proibição do aplicativo Uber, em meio à falta de fiscalização dos taxistas; uma LDO com 149 emendas elevando a estimativa de gastos; e o projeto que regulamenta as manifestações populares.
Como cada escolha é uma renúncia, Rollemberg deve buscar o ponto de equilíbrio sem esquecer que já teve o dobro de vetos derrubados do que seu antecessor, Agnelo Queiroz, como aponta levantamento da Tracker Consultoria.
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(*) Consultor Político ABCOP e diretor da Tracker Consultoria e Assessoria