Nas minhas programações matinais, absorvendo na epiderme o raio solar infravermelho, entre às 9 e 10h30 (Deus não cobra nada pelo usufruto diário de vitamina D1), que incluem as caminhadas sob as frondosas abóbadas de mangueiras de todos os tipos, além de goiabeiras, abacateiros e rechonchudas jaqueiras. Com tantas dádivas de frutas variadas em volta, ainda me dou ao luxo de escolher o tipo de manga, com a preferência das Coquinhos, pequeninas, porém deliciosas, especialmente daquela mangueira amiga que fica defronte ao bar-restaurante do Raul, onde o freguês come a melhor feijoada carioca de Brasília.
Historicamente, tenho a honra de ter testemunhado a autêntica batalha campal de Juscelino Kubitscheck, que enfrentou poderosos inimigos visceralmente contra a transferência da Capital Federal da “cidade maravilhosa” de tantas benesses, segundo eles, para o “vazio” do Planalto Goiano. Ardilosos, chegaram até mesmo a inventar que a Novacap estava sendo construída em pleno deserto, no qual a qualidade de sobrevivência era quase zero, com o ar seco, sem água, sem árvores e obviamente sem pássaros.
Que mentira! ―, desmentida com a presença posterior de rouxinóis, dos barulhentos pardais e de um certo sabiá aqui da 113 Sul, que todas as manhãs proporciona um show de canto celestial aos transeuntes.
Além de ter sido inserida na primeira Constituição Federal de 1891, Brasília seria a concretização do sonho de Dom Bosco, que vislumbrou no século 19 a Terra Prometida, de cujo solo jorraria leite e mel.
Na verdade, JK, apesar de não ser santo, realizou um verdadeiro milagre, construindo uma cidade em pouco mais de três anos. Claro que isso só foi possível com a ajuda dos arcanjos Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, que criaram uma metrópole em formato de avião, com prédios de linhas curvilíneas, e avenidas arborizadas, conjugando a harmonia de pequenos rios no lindo lago batizado de Paranoá.
Assim Brasília nasceu, cresceu e se transformou em símbolo de nacionalidade, não obstante a presença de certos políticos adventícios do Parlamento, a maioria se rebolando sob os jorros fortes da Lava-Jato e que só trabalham três dias por semana, legislando em causa própria. Aliás, eles são a única praga que viceja no solo fértil brasiliense.
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