Não foi por mero acaso que o parlamentar autor do projeto que entraria em vigor como Lei nº 3.259/59 (*), facultando aos jornalistas profissionais o direito à aposentadoria aos 30 anos de serviços prestados aos seus respectivos jornais, medida legal extensiva aos aeronautas (aviadores), pelo risco de suas atividades. Ou seja: cinco anos a menos em relação a outras classes de trabalhadores. Quanto aos escribas de imprensa, as estatísticas provam que a média de permanência neste planetóide não passa dos 60 anos de vida cronológica.
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E os laudos de causa mortis explicam o motivo do desenlace antecipado: a cirrose que derrete o fígado, em pouco tempo; e o maldito câncer que se aloja, sem aviso prévio, na garganta ou no pulmão. Esses tristes óbitos são motivados por excesso de bebidas e fumo, nada a ver com maconha, mas com os cigarros de capas coloridas, consumidos idem pelas jovens focas da Redação. Por isso, ninguém estranha ou sequer tosse com a fumaceira geral.
Acredito que estou vivo e ainda rabiscando croniquetas neste reservado cantinho, (mesmo à altura dos 88 aninhos bem vividos), em parte porque nunca coloquei um cigarro ou charuto na boca; e nas várias vezes que beberico meu conhaque, faço-o com absoluta moderação, até por receio de me tornar inconveniente, depois do álcool flutuar dentro de minha cuca, quando a boca não para de proferir bobagens, que enchem o saco dos circunstantes, amigos ou não. Afinal, trata-se do axioma: todo bêbado é um chato de galocha!
Além desse detalhe jocoso, sou do tempo em que os bêbados eram considerados pessoas “sem força de vontade”, para dominar o vício, que já causou a destruição de muitas famílias, devido à “fraqueza” de seus chefes. Mas só na década de 40, os médicos norteamericanos descobriram que não se tratava de vício ou falta de caráter, e sim de uma terrível doença, agravada pela conclusão de que era incurável, e para a qual não havia remédios atenuantes. Só então foi fundado, em Nova York, os Alcóolicos Anônimos, os AAs, que no Brasil o primeiro núcleo só seria inaugurado no Rio de Janeiro, em 5 de setembro de 1947.
Hoje, há vários AAs funcionando no País, incluindo Brasília. Já se sabe que não curam os alcoólatras, mas os ensinam a fugir da tentação das bebidas, até mesmo definitivamente, tudo dependendo do esforço de cada um. Vale a pena conhecer os AAs locais: são gratuitos, graças a Deus!