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O Netanyahu de Vigário Geral

  • Júlio Miragaya
  • 13/11/2024
  • 10:56

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Netanyahu - Foto_ reprodução_ CNN Brasil

Nas últimas semanas, o mais badalado traficante do Rio de Janeiro tem sido Álvaro Malaquias Santa Rosa, vulgo “Peixão”. Sua trajetória é impressionante: criado em Duque de Caxias, onde pregava como aprendiz de pastor, em 2006, o jovem Alvinho, com apenas 19 anos, atravessou o rio Pavuna para ser segurança do traficante Furica, chefão do tráfico na favela de Parada de Lucas. Passados quatro anos, com a morte de Furica e de seus sucessores imediatos, Alvinho, agora Peixão, assumiu o comando do tráfico na favela e se tornou figura em ascensão da facção Terceiro Comando Puro (TCP), aliada carioca do PCC.

A partir de então, assumiu um perfil bem peculiar, praticando o “assistencialismo” na comunidade e adotando um discurso messiânico, levando a mensagem evangélica ao tráfico de drogas. Vale destacar que, ainda como aprendiz de pastor em Duque de Caxias, Alvinho já praticava a intolerância religiosa, atacando e destruindo templos de umbanda e candomblé. Em pouco tempo tornou-se a principal referência da corrente narco pentecostal, em franco progresso no tráfico, conquistou o comando de favelas vizinhas e formou o chamado “Complexo de Israel”, agrupamento de favelas na região da Leopoldina habitado por cerca de 130 mil pessoas.

Álvaro Malaquias Santa Rosa, vulgo “Peixão”

Alvinho assumiu a alcunha de Peixão, mas poderia ter adotado o epíteto de Netanyahu de Vigário Geral, pois as semelhanças são muitas. Para começar, ambos se notabilizam como praticantes da violência desenfreada, por ordenar a realização de massacres indiscriminados, e respondem por uma extensa lista de crimes. No caso de Peixão, são 35, compreendendo tráfico de drogas, roubo de cargas, sequestros, prática de tortura, desaparecimentos (14 em 3 meses) e dezenas de homicídios.

Só que neste último caso é amplamente superado por Netanyahu e seus “jagunços”, como o ministro de Segurança Nacional Bem Gvir, para quem “os israelenses estão numa Mitzvá, ou seja, matar palestinos em Gaza é um dever religioso judaico, inclusive as crianças, pois elas cresceriam para serem terroristas do Hamas”.

Essa é outra semelhança. Assim como Netanyahu apela à religiosidade de ampla parcela do povo judeu para praticar seus crimes (sua coalizão de governo é sustentada pelos partidos ultra ortodoxos), Peixão criou a “Tropa de Arão” (Irmão de Moisés, personagem bíblico), que faz uso corrente de símbolos religiosos, como a Estrela de David, e bandeiras do Estado de Israel espalhadas por todas as comunidades, além de versículos da Bíblia e imagens de “peixes” pintadas nos muros.

Se o exército de Netanyahu destruiu 610 mesquitas e 3 igrejas católicas na Faixa de Gaza, a “Tropa de Arão” formou o “Bonde de Jesus”, voltado para atacar e fechar terreiros de umbanda e candomblé e expulsar “pais de santo” das favelas. Também as igrejas católicas da região têm sofrido ataques e muitas recebem ordens para suspender missas e atividades (batizados, casamentos e quermesses), além de retirar imagens de santas das igrejas, como uma grande imagem de Santa Edwiges na favela de Cinco Bocas.

Outra semelhança é a obsessão por ampliar seus territórios. Se Netanyahu, ignorando inúmeras resoluções da ONU, vem consolidando o controle sobre toda a antiga Palestina, ocupando a Cisjordânia, Jerusalém Oriental, Colinas de Golã e ameaça reocupar a Faixa de Gaza, Peixão não fica atrás.

Em 2007 veio sua grande cartada, com a conquista da favela de Vigário Geral. Vale lembrar que em agosto de 1993 ali ocorreu a Chacina de Vigário Geral, realizada por grupo de extermínio da PM-RJ, ocasião em que alguns poucos traficantes e muitos trabalhadores, incluindo crianças e mulheres, foram covardemente massacrados. Sim, não só o tráfico, mas também os grupos de extermínio da PM e as milícias guardam muita semelhança com o que o exército de Netanyahu faz na Faixa de Gaza.

Em 2016, Peixão conquistou ao Comando Vermelho (CV) a Cidade Alta – enorme conjunto habitacional com 25 mil moradores construído pela ditadura militar no início da década de 1970 para abrigar “removidos” da favela do Pinto, na Lagoa. O CV tentou reconquistar a área, mas Peixão, com o providencial auxílio da PM-RJ, impediu.

Posteriormente conquistou as favelas de Pica-Pau, Cinco Bocas, Guaporé e Quitungo. Ao invadir territórios de outras facções, a “Tropa de Arão” lança mão de preceitos bíblicos, como “ocupar a Terra Prometida”; “libertar o povo escolhido”; “exterminar o inimigo em nome de Deus” etc. Aliás a lista de crimes praticados em nome de Deus é extensa, basta lembrar as Cruzadas e a Inquisição.

Se arvorando líder moral, Peixão proíbe bailes funks e promove shows de cantores gospel. Para deixar a história ainda mais estapafúrdia, Peixão se declara torcedor fanático do Vasco, clube com profundas raízes na colônia portuguesa e na religião católica.

É uma trajetória mesmo bem confusa, que faz lembrar o “Samba do Crioulo Doido”, magistral composição de Sérgio Porto, o saudoso Stanislaw Ponte Preta.

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