Sem diálogo não há democracia. E, nesta semana, ao se negar a participar da sabatina de um dos maiores portais do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, novamente, mostrou que democracia não é o seu forte. Pelo contrário. Ao longo dos últimos quase quatro anos, o atual gestor do Buriti – que, por incrível que pareça, tenta a reeleição – já deu inúmeros exemplos de que, para ele, conversar com a população não faz parte da “nova política”. Predomina, neste governo, o autoritarismo: característica principal daqueles que temem seus opositores e se recusam a serem questionados.
E os servidores da Saúde, em especial os médicos, bem sabem disso. Rollemberg se esforça, diariamente, junto ao seu fiel escudeiro, Humberto Fonseca, para dar fim à saúde pública do DF. Durante sua gestão, os investimentos na área caíram, os salários dos servidores foram até ameaçados (junto com suas aposentadorias, diante de inúmeros saques ao Iprev) e o pior: aqueles que se recusam a viver sob as ameaças de alguns gestores são perseguidos. As remoções arbitrárias na SES-DF são exemplos disso, acreditem.
No governo Rollemberg, é proibido questionar. É proibido dizer “não” ao “não” dos atuais gestores. Isso aconteceu durante a conversão da Atenção Primária, o que, até hoje, só rendeu problemas aos pacientes e servidores. E ocorreu também durante a implantação do Instituto Hospital de Base (IHB), que até hoje segue sem um “arranjo jurídico” cabível em qualquer modelo de gestão. Tanto é que o GDF segue recorrendo das decisões da Justiça que dizem: o instituto precisa, sim, fazer concurso e licitação.
Mas, para Rodrigo, Rodrigo não erra. E, sendo assim, dono da verdade absoluta, não pode ser questionado. Tanto é que, em fevereiro deste ano, até o partido do governador tentou impedir a veiculação da campanha “E agora, Rodrigo?”, do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF). Mas, agora eu pergunto: e agora? Não existe política sem comunicação. Não existe democracia sem diálogo. Não existe diálogo de um só. Não há, se o bom senso vencer, a possibilidade de reeleição de quem nega ao seu povo o direito à palavra.
Eu me recuso a viver, na capital do meu país, em uma democracia amputada. Precisamos que todos os candidatos ao Governo do Distrito Federal ouçam os nossos anseios. Porque são muitos. Temos muitos problemas para resolver. A começar que pela Saúde, que sofre entre as mordaças do autoritarismo de Rollemberg: o governador que não quer falar e nem ouvir a população.