Para o governo, o horário de verão representa, principalmente, economia e racionamento de recursos hídricos e energéticos. Para o cidadão comum, no entanto, o impacto pode ser perceptível na qualidade de vida diária. Seja na possibilidade de aproveitar o pôr do sol ao sair do trabalho ou a inconveniência de acordar com o céu escuro, os brasilienses têm seus motivos para amar ou odiar a mudança de horário.
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O casal Bruno Alves, cientista político de 30 anos, e Gabriela Almeida, economista de 34 anos, celebra o adianto no relógio por poder passar mais tempo com a filha Sofia, de apenas um ano. “Podemos ir para o parquinho com ela depois de chegar do trabalho, pois com o horário de verão fica claro por mais tempo”, explica ele.
Para Gabriela, ainda há maior proveito do dia, o que ela acredita ser empolgante. “Para a gente, quanto mais sol melhor. Sou carioca, né? Para mim, o verão com horário de verão é uma boa”, resume a economista.
O casal acredita, no entanto, que não consegue cumprir um dos propósitos da existência do adianto de horário, a economia de energia. “O que economizaríamos não usando luz gastamos com ar-condicionado. Ainda mais nesse calor”, brinca Bruno.
Menos gasto?
O Operador Nacional do Sistema Elétrico calculou mais de R$ 800 milhões economizados nos últimos quatro anos devido ao horário de verão. Para este ano, a expectativa é de redução de consumo de energia elétrica de 4,5%, segundo estimativa do Ministério de Minas e Energia.
Alheio a isso, o bombeiro Joacir Ximenes, de 38 anos, aponta o principal motivo para gostar da mudança temporária: o melhor proveito do fim de tarde. “Tenho mais disposição no fim do dia. De manhã sempre me sinto mais cansado, tanto é que, na escola, sempre estudei à tarde”, conta. “E acordar de noitinha para mim é ainda pior. Quando faço isso, durmo o dia seguinte todo”, revela o homem.
O gerente de uma farmácia da Asa Norte, Alisson Alves, de 35 anos, diz odiar a mudança de horário. “Hoje mesmo era para a loja abrir às 8h, mas abriu 8h30 por causa disso. O funcionário se atrasou”, diz. Para ele, o ideal seria não existir adianto do relógio, a exemplo da Bahia. Ele cita até a questão de segurança para ilustrar seu argumento.