A Polícia Militar invadiu, na manhã de ontem, o Torre Palace Hotel para concluir a desocupação do prédio. A operação, que começou por volta das 6h30 e durou pouco mais de meia hora, contou com a participação de cerca de 200 homens do Batalhão de Choque (BPChoque) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), auxiliados por dois helicópteros e pelo Corpo de Bombeiros. O clima era de tensão: enquanto alguns policiais desceram de helicóptero para entrar pelo terraço do edifício, outros entraram no local pela parte de baixo, derrubando as barreiras montadas pelos manifestantes nas escadas. Bombas de efeito moral e armas não letais foram utilizadas. No total, 16 pessoas foram retiradas do prédio, entre elas quatro crianças. Alguns dos ocupantes resistiram atirando tijolos, pedras e telhas em direção ao helicóptero e nos policiais. Além disso, um princípio de incêndio foi provocado no terraço.
Precaução
No início da tarde, um muro começou a ser erguido até o primeiro andar do hotel para garantir a preservação do local. O trabalho foi feito pela Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap), com tijolos cedidos pela Novacap. A Polícia Militar está responsável pela segurança do local, e garante que o policiamento será mantido na área. Posteriormente, ficará a cargo dos proprietários do hotel.
“A recomendação pessoal do governador é a de proteger a vida das pessoas, e é por isso que a força que será usada na nossa gestão será a do diálogo e a do convencimento”, disse Márcia de Alencar, durante entrevista coletiva de todos os órgãos envolvidos na operação. “A ação ocorreu porque os sem-teto usaram crianças como escudo. Isso é errado, oportunista. Dessa maneira, tivemos que reagir”, afirmou.
O diretor-geral da Polícia Civil do DF (PCDF), Eric Seba, comentou a prisão dos invasores do hotel. Alguns deles integram o Movimento Resistência Popular (MRP). “Foram presos porque estão envolvidos em situações fora da lei. Isso não é um movimento social que está sendo criminalizado, e sim um movimento criminoso sendo socializado”, disse. Em dezembro do ano passado, o líder do movimento, Edson Silva, que estava na ocupação do Torre Palace Hotel, já havia sido preso acusado de extorquir famílias de baixa renda. Todos os detidos ontem serão apresentados ao núcleo de custódia nesta segunda-feira. A Secretaria de Saúde também vai começar a refazer a parte sanitária da operação hoje. O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) passou o dia recolhendo lixo no local.