No dia 24 de maio, celebra-se o dia nacional do café – produto de extrema importância para a economia nacional (sobretudo no século XIX). O café, que faz parte da alimentação de muitos brasileiros, possui diversas significações para diferentes circunstâncias sociais: para o trabalhador, a bebida é sinônimo de uma breve pausa; para o estudante, a energia que parecia estar se esvaindo; para os amigos, uma oportunidade de encontro.
Para mim, amante da língua, olhar para a palavra “café” e automaticamente pensar em acentuação gráfica é inevitável. Esse vocábulo é acentuado em razão de ser uma oxítona (última sílaba tônica) terminada com E (a regra, a propósito, diz que se acentuam as oxítonas terminadas em A, E, O e EM – seguidas ou não de S). Pelo mesmo motivo também são acentuadas cajá, cipó e além.
Além de um gole de café diário, o brasileiro faz questão de manter em si a fé. Poucas nações do mundo conseguem nutrir tanto esse sentimento diante de tantas dificuldades. Nós temos “a arte de viver da fé”, mesmo quando, aparentemente, nada nos é confiável.
A despeito da mesma sílaba, a palavra “fé” não é acentuada conforme a regra que apresentei no segundo parágrafo do texto. Este vocábulo encaixa-se em uma nova justificativa: os monossílabos tônicos terminados em A, E e O. Pela mesma razão, acentuam-se pá e só.
Veja que, entre as duas regras, há uma diferença: a terminação em EM, que está presente apenas na primeira. Certamente você pode se perguntar: Elias, e a palavra “têm”? Este vocábulo está em uma terceira regra, a dos acentos diferenciais. Originalmente, “tem” (3ª pessoa do singular) não possui acento; ele só é colocado para mudar o número do verbo, que passa, com o acento, a representar a terceira pessoa do plural!
Então, meu querido amigo leitor, durante esta semana, dêa seu corpo café (se for a bebida do seu agrado) e abasteça a sua alma com muita fé! A combinação entre energia – para superar as dificuldades – e esperança – para acreditar em dias melhores – é capaz de mudar o mundo!