Cenas horripilantes de maus-tratos a animais têm assustado os moradores e os visitantes do distrito de OIhos d’Água, em Alexânia (GO), a 90 Km de Brasília. Depois das agressões contra o patrimônio histórico e às tradições da cidade – a derrubada do coreto e de árvores adultas e a proibição da realização da Feira do Troca na praça central – perpetradas pelo pároco da Igreja Católica local, o alvo agora são os animais.
Embora não sejam novidade o abandono e os maus tratos a animais no Brasil – e em Olhos d’Água isto não é diferente –, os casos têm se tornado mais comuns nos últimos meses. A denúncia é do “Coletivo É o Bicho”, criado há três anos por cerca de 40 moradores num grupo de WhatsApp, que se uniram para prestar ajuda aos animais.
“O número de animais soltos na cidade triplicou e os maus tratos aumentaram muito”, afirma um membro do grupo, que prefere não se identificar por temer represálias. Segundo levantamento do É o Bicho, as agressões e mortes de animais vêm acontecendo em série no vilarejo. “A gente ajudava um ou outro animal que aparecia de vez em quando. Mas, agora, não estamos conseguindo dar vazão à demanda”.
Os membros do grupo já estão com suas casas cheias de gatos, cachorros e até gambás (saruês), que são perseguidos por conta de os nativos acreditarem que esses animais que comem ovos e galinhas.
“Eles são da família do gambá. Comem insetos, baratas, escorpiões, ratos e matam cobras venenosas, porque são resistentes aos venenos. Mas a comunidade acha que os saruês vão comer galinhas e ovos, e muitas pessoas acabam transformando os bichinhos em alvos e até disputas de caças”, relatam os membros do Coletivo.
Negligência – Todos esses fatos foram comunicados às autoridades de Alexânia, município a que pertence o distrito de Olhos d’Água. Mas, vereadores, prefeito, secretário de Meio Ambiente e Delegacia de Polícia simplesmente negligenciam as denúncias. A única ação das autoridades nos últimos meses foi a retirada de um cavalo, que acabou sacrificado.
“Ele pertencia a um senhor, alcoólatra, que o amarrou em um poste. O cavalo foi atropelado e teve uma pata quebrada. Depois, foi arrastado até próximo à casa do tutor. Por conta das infecções, teve que ser sacrificado em meio a uma disputa com a Secretaria de Meio Ambiente, que não queria fazer a eutanásia do animal que sofria há mais de 15 dias.”
Na virada do ano, um cachorro da raça Labrador amanheceu morto na porta de um bar. O animal tinha o crânio afundado e sangrava pelo ouvido. “Tudo leva a crer que ele foi agredido a pedradas”, conta outro membro do Coletivo É o Bicho”, também pedindo reserva de sua identidade.
Matar é normal – Culturalmente, alguns moradores originários acham normal matar um cachorro a pauladas no meio da rua ou deixar um cavalo amarrado até a morte, sem água e sem comida. ”Nosso Coletivo vem combatendo essas práticas, e tentando esclarecer que existem leis que protegem os animais e que punem os tutores que agridem os bichos”, dizem os protetores dos animais.
“Nós tentamos dar abrigo e cuidados aos animais. Porém, de uns seis meses para cá, parece que Noé abriu a arca em Olhos d´águas. Tem aparecido muitos animais abandonados. Pela cultura local, algumas pessoas entendem que o animal é um objeto, uma coisa, e aí o dono da coisa pode fazer o que quiser com ela. Isso é muito ruim, porque acaba em maus tratos e mortes ilegais”.
Que horror! Como alguém tem coragem de fazer isso com animais indefesos? Outro dia vi uma jovem dizer nas redes sociais que na cidade dela estavam matando corujas por acharam que elas chamavam a morte. Quanta tolice! Por favor, denunciem maus-tratos em suas cidades ao órgão competente (busquem no Google).
Parabéns pela matéria. As pessoas precisam entender e respeitar os animais que partilham conosco o mesmo planeta. E, como se já não bastasse, chega de violência, né meu povo, precisamos enterrar os mortos, cuidar dos feridos e não ferir mais nenhuma VIDA indefesa desse mundo.
Ótima matéria! Parabéns! Relata, de forma coesa e clara, os horrores que temos vivenciado por aqui.
Matéria excelente, muito grata! Precisamos mesmo denunciar e ajudar o Coletivo dos Bichos em Olhos d’água que faz um serviço excelente, mas precisa de mais apoio, é de doer o que certa população anda fazendo.