Reconstruído para a Copa de 2014, o Estádio Nacional Mané Garrincha, além de ser um elefante branco, deixou um rombo milionário nos cofres do Distrito Federal. Em dez anos, segundo cálculo do governo, a arena pode trazer um lucro máximo de R$ 171 milhões aos cofres públicos, o que representa cerca de 10% do custo total de obra – R$ 1,8 bilhão. Para se pagar, o empreendimento precisará de, pelo menos, 96 anos em atividade.
O valor do déficit deixado pelo estádio é de aproximadamente R$ 1,3 milhão. O balanço foi feito pela Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), responsável pelas obras.
De acordo com o presidente da Agência, Júlio César Reis, o recurso foi aplicado à época sem a proposta de um modelo de exploração econômica que permitisse à Terracap saber quanto isso traria de retorno à empresa. “Agora estamos sanando as contas da casa para avaliarmos as melhores condições de crescimento”, diz Reis.
Parceria Público-Privada
Para aliviar o prejuízo, a Terracap espera acertar, em julho deste ano, a licitação de Parcerias Público-Privadas (PPP) ou a concessão do Arenaplex. Com essa iniciativa, o governo pretende transformar o local em uma grande referência para eventos para aumentará o potencial econômico da arena.
O complexo Arenaplex, que está em fase de estudo, é formado pelo: Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, Ginásio Nilson Nelson, Complexo Aquático Cláudio Coutinho e as quadras poliesportivas perto desses três empreendimentos.
Pente fino
Nesta quarta-feira (19), o GDF criou o Grupo de Ações Integradas de Controle (Gaic) para que denúncias sobre possíveis irregularidades na construção do Estádio, Sistema BRT Sul, do Centro Administrativo e do Condomínio Jardins Mangueiral fossem acompanhadas.
O grupo da Controladoria-Geral da União constatou, também, no Estádio, a inclusão de serviços sem técnicas fundamentais, com irregularidades nos projetos de arquitetura e planejamento inadequado na elaboração dos estudos preliminares e projetos executivos.