Mulheres formam cooperativa para comercializar produção, com ajuda de uma diretora do Sinpro-DF
Da Redação
Um grupo de mulheres da Estrutural está se reinventando e buscando novas fontes de renda a partir da venda de itens de crochê. As “Mães da Estrutural” estão formando uma cooperativa para comercializar seus produtos, auxiliadas por uma diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF).
Até há pouco tempo, a maioria dessas mulheres não sabia nem como empunhar uma agulha de crochê. Hoje, já fazem sousplats (foto), toalhas de mesa, bolsas e uma série de itens artesanais. O crochê representa, para elas, a diferença entre a depressão e o desalento e a autoestima e a dignidade.
O trabalho junto às mães da Estrutural é conduzido pela diretora do Sinpro, Presilina Spindola. Desde o início da pandemia, ela busca levar auxílios para um grupo crescente de famílias que, por perderem emprego e fontes de renda, se viram dominadas pela realidade da miséria e da vulnerabilidade social.
“Eu vinha montando cestas básicas para essas famílias. Achava que em breve sairíamos da pandemia. Mas percebi que era como enxugar gelo. Essas famílias simplesmente não tinham a menor perspectiva de onde tirar dinheiro para sustento. E desde março de 2020, a cada mês que se passava, o número de famílias com necessidade de assistência dobrava. Entendi que o trabalho deveria sair do reativo e ir ao proativo”, explica Presilina.
A professora pensou em várias possibilidades de trabalho, até que se lembrou que sabia fazer crochê. Reuniu algumas mulheres da região, ensinou-lhes os pontos básicos e começou a procurar receitas de produção. “Comecei a trocar as cestas básicas por linha e agulha, e logo descobri que elas já estão conseguindo autonomia financeira”, orgulha-se Presilina.
Um divisor de águas
Uma das mães da Estrutural que abraçou o trabalho com crochê foi a Ana Paula Araújo Alves Lima, de 30 anos. “O crochê na minha vida foi um divisor de águas. Eu estava deprimida, sem vontade de nada, e a pandemia piorou ainda mais a situação. Quando a Presilina veio aqui em casa, deixou umas linhas e disse: ‘vai fazendo conforme você consegue”‘, recorda.
E admite: “Os primeiros trabalhos ficaram meio feios, mas eu fui me aperfeiçoando. Em dezembro do ano passado, eu já tinha algumas peças prontas, e veio mais um desafio: vender minha produção nas escolas. Eu consegui, e me senti tão bem, livre, com a possibilidade de ajudar minha família: somos em seis aqui em casa, meu marido trabalhando sozinho, precisávamos de uma renda extra”.
Decoração
Ana Paula conta que, nesse universo, começou a estudar sobre os itens de decoração de uma mesa posta. “Estou apaixonada por esse novo mundo que se abriu para mim, e agora me dedico às roupas de mesa. Mesa posta é carinho, amor, cuidado com as pessoas que você mais ama na sua vida. Com o crochê eu tive um Natal diferente. E o ano de 2022 será muito gratificante para todos nós”,
Exposição nas escolas
As novas artesãs brasilienses estão expondo seus trabalhos em várias escolas. “Quero agradecer aos colegas que receberam o projeto nas escolas com muito carinho, sugestões e orientações para nossas artesãs. E peço que continuem colaborando com o nosso projeto!”, apela Presilina.
Os produtos podem ser adquiridos por Whatsapp (61) 98644-3818, da Ana Paula, ou (61) 98545-1682, da Cláudia. Em breve, também estarão em exposição num site para comércio eletrônico.