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Reportagem da Folha de S. Paulo desta quinta-feira dá conta de que o ex-presidente Lula teria procurado o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em busca de um acordão que encerrasse a crise política aberta com a Operação Lava Jato; Lula nega que tenha feito tal abordagem, mas FHC, maroto como sempre, se disse pronto para uma conversa: \”Lula tem meus telefones\”; não se sabe ao certo se foi Lula quem procurou FHC ou se é o tucano quem usa a Folha para propor um diálogo com o petista; de todo modo, os dois fariam bem em conversar; alguns dos maiores empresários do País estão presos preventivamente há mais de um mês e o Código Odebrecht pode implodir todo o sistema político; além dos petistas já implicados no escândalo, José Serra foi citado no celular de Marcelo Odebrecht na mensagem \”adiantar 15 p/JS\” e Aécio Neves foi também delatado por Alberto Youssef como suposto organizador de um mensalão em Furnas
Uma reportagem assinada pelos jornalistas Ricardo Balthazar, Marina Dias e Daniela Lima na edição desta quinta-feira da Folha de S. Paulo informa que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria procurado o também ex-presidente FHC para discutir a crise política atual e conter o movimento pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff, que vem sendo defendido por algumas alas do PSDB.
Em nota, o Instituto Lula negou que tivesse procurado FHC, afirmando que o ex-presidente não tem interesse em conversar com o antecessor, nem soube de qualquer interesse por parte do tucano.
Mais maroto, FHC se disse disponível para uma conversa. \”O presidente Lula tem meus telefones e não precisa de intermediários. Se desejar discutir objetivamente temas como a reforma política, sabe que estou disposto a contribuir democraticamente. Basta haver uma agenda clara e de conhecimento público\”, afirmou. Ou seja: FHC quer conversar, desde que esse diálogo seja vendido para a opinião pública como uma capitulação petista. O mais provável é que ele próprio esteja usando a Folha para pavimentar o caminho para um eventual diálogo.
Independente de quem seja a iniciativa, o fato é que uma eventual pacificação faria bem ao País. Hoje, dois dos maiores empresários do País, Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo, da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, controladora da Oi, estão presos há mais de um mês, antes mesmo de terem sido denunciados à Justiça – um fato inédito na história do País. Juntos, os dois empregam mais de 150 mil pessoas e suas empresas podem ser aniquiladas.
O caso mais grave é o da Odebrecht, que será alvo de uma devassa internacional, com investigações na Suíça, nos Estados Unidos e em países da América Latina, como Peru e Equador. Em meio à guerra política, a Odebrecht também vem sendo usada pela oposição numa tentativa de criminalização de políticas de estado, como os financiamentos do BNDES à exportação de serviços, que são anteriores a Lula e até mesmo a FHC.
Como líder maior da oposição, FHC tem sido o principal artífice da guerra empreendida contra o PT nos meios de comunicação, valendo-se dos problemas que os petistas enfrentam nos tribunais. Foi assim no processo da Ação Penal 470, o chamado \’mensalão\’, e também na Lava Jato.
No entanto, de duas semanas para cá, FHC desembarcou do impeachment. Mandou recados claros por meio de um texto publicado em Veja, há duas semanas, assinado pelo jornalista André Petry. Citando o ex-presidente FHC, Petry argumentou que não existem razões para um eventual impeachment. E disse ainda que \”a deposição presidencial não pode ser o alfa e o ômega da oposição\”
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Pressão de Emílio
Um dos rumores é que FHC teria sido procurado por Emílio Odebrecht, pai de Marcelo. A partir de então, o ânimo dos tucanos para o impeachment teria arrefecido. Afinal, foi no governo FHC que se criou a Braskem, com a entrega do controle da indústria petroquímica brasileira ao grupo Odebrecht, que, à época, já estava fortemente endividado.
Seja como for, Lula e FHC fariam bem em conversar sobre temas relevantes como o fim do financiamento empresarial de campanhas políticas, rejeitado por 78% dos brasileiros, segundo a pesquisa CNT/MDA, que é a raiz do escândalo atual.
Até porque, se nada for feito, o risco é a implosão de todo o sistema político – e não apenas do PT. Não custa lembrar que o senador José Serra (PSDB-SP) apareceu no celular de Marcelo Odebrecht, na mensagem \”adiantar que p/JS\” e que o também senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef de comandar uma diretoria em Furnas, no governo FHC, que pagava mesadas de US$ 100 mil a parlamentares.
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